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“Deus deu-me uma oportunidade para viver mais”

O problema de saúde que teve em Setembro levou-o a encarar a vida de outra forma?Levou-me a pensar mais em mim e na minha família. Tenho o privilégio de ter a família que tenho e quero gozá-la mais um bocadinho. O que mudou nas suas rotinas, no seu dia a dia?Tive a sorte de ficar na câmara quem ficou. Por vontade de quem hoje está à frente da câmara municipal eu nem deixava o gabinete. Às vezes lembro-me do que disse o Mário Soares quando deixou de ser primeiro-ministro. Há um respirar fundo...Os problemas agora vão ser outros.Sim. Não serão tão difusos, são mais concentrados. O ritmo que tinha como presidente de câmara deu no que deu. Uns dias depois de estar internado disseram-me que os autarcas eram clientes da casa. Não fumo, só bebo às refeições, não toco em bebidas brancas e no entanto tinha uma artéria cem por cento obstruída e outra 75 por cento. Pensou que podia estar a viver os seus últimos momentos?Naquela noite houve um momento em que senti a desligar-me. Mas a força da família dá-nos uma vontade...Tornou-se uma pessoa mais mística?Eu vou à missa duas vezes por ano, quando faz anos do falecimento do meu pai e no feriado municipal. Mas tenho consciência que Deus Nosso Senhor deu-me uma oportunidade para viver mais. E ninguém tem que ficar zangado comigo por eu aproveitar para viver mais com quem mais prazer me dá que é a minha família. Hoje a minha preocupação, por exemplo, é ir buscar a minha neta…Passou a preocupar-se mais com a saúde?Estou a tentar estar mais tempo na cama, apesar de me levantar todos os dias às 06h30. Mas às vezes se me puder ir deitar outra vez vou.Esses pequenos prazeres como ir buscar a neta são uma novidade?Não os conhecia. Passe a expressão, há males que vêm por bem. Vai ser uma vida mais tranquila e menos escrutinada em termos públicos.

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