Luta pela liderança da distrital de Santarém do PSD começa a aquecer
Vasco Cunha e João Moura trocam acusações graves em clima de guerra interna
O deputado e recandidato à liderança da Comissão Política Distrital de Santarém do PSD, Vasco Cunha, acusou este sábado a candidatura de João Moura, seu adversário na corrida, de pôr a circular na Internet uma listagem de nomes e números de militantes da comissão política de secção de Vila Nova da Barquinha com os respectivos códigos para pagamento de quotas atrasadas por Multibanco.Vasco Cunha diz que está em marcha a “maior fraude eleitoral” em eleições do partido no distrito de Santarém caso este esquema se esteja a passar nas 21 concelhias do distrito. O que poderá pôr em causa a legitimidade dos resultados que vierem a ser apurados a 9 de Novembro. A situação foi já dada a conhecer ao secretário-geral do PSD, Ribau Esteves.A lista e códigos de 31 militantes do PSD de Vila Nova da Barquinha para pagamentos de quotas por Multibanco, com os valores de um e dois anos de atraso (quotas mensais de um euro), foi enviada por e-mail pelo mandatário concelhio de João Moura para uma série de destinatários a explicar como se procedia ao pagamento de quotas, com o manifesto eleitoral da candidatura em anexo. Um dos destinatários da mensagem acabou por dar conhecimento da situação à distrital, que espoletou o caso em termos públicos. É com base nestes dados que Vasco Cunha deixa vários desafios a João Moura. “Como é que o seu mandatário na Barquinha teve acesso a ficheiros confidenciais do partido? Será que João Moura se revê neste tipo de procedimento. Será que o presidente da Câmara de Ourém dá “cobertura” a esta situação?”, questionou Vasco Cunha.Em resposta, João Moura diz ter sabido da acção do seu mandatário de forma isolada, sem saber o motivo porque o fez ou a forma como teve acesso aos dados constantes na informação. “O que sei é que independentemente dessa situação a candidatura de Vasco Cunha está a começar a justificar uma provável derrota nas eleições. Vai votar quem entende, tendo ou não quotas por pagar neste momento. Se Vasco Cunha tivesse a tranquilidade de esperar pelas alterações no partido para que todos possam votar em directas até ao último dia, se esperasse pelo final do congresso nacional, e se não se demitisse e encetasse de forma desenfreada a corrida à liderança, nada disto se passaria”, argumenta o candidato. Sem falar em nomes, João Moura acrescenta que a candidatura de Vasco Cunha tem pessoas em concelhias a fazer o pagamento de quotas em massa, incluindo na sede nacional do partido. “Está em causa a imagem do partido quando militantes aproveitam este caso para o espalhar em painéis publicitários em Vila Nova da Barquinha”, referiu a O MIRANTE. Vasco Cunha diz que a acção da lista de João Moura é o mais feroz ataque à unidade do PSD no distrito. “Quando diz publicamente que não interessa quem pagava quotas mas quem vota, está tudo dito”. O recandidato à liderança da distrital classifica como um “bocejo de vulgaridades” o manifesto eleitoral adversário, sem ideias para o distrito e que faz uso de “todos os meios para atingir fins num projecto de poder pelo poder”. João Moura responde que melhor exemplo de luta pelo poder vem de “quem o tem exercido, com as mesmas pessoas e se agarra aos lugares de forma desenfreada com a perspectiva de os militantes de base escolherem uma alternativa para o partido no distrito”. Vasco Cunha apelidou ainda de “demagogia e populismo miserável” o ataque da candidatura de João Moura aos Trabalhadores Sociais-Democratas e aos deputados eleitos pelo distrito, quando afirmou que estes devem prestar mais contas ao distrito que os elege. Acrescentou que o seu adversário deve estar a rever-se nos três anos em que foi deputado e no pouco que transpareceu do seu trabalho. Também o deputado Miguel Relvas considerou que João Moura teve direito ao seu “momento infeliz”.
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