
A cabeleireira que leva o salão à casa das clientes
Anika Harms criou serviço inovador de “Hair Táxi” às portas de Lisboa
Uma jovem de 22 anos lançou-se num projecto inovador como cabeleireira ao domicílio. Se a cliente não pode ir ao salão, o salão vai a casa da cliente.
Transporta um mini salão de cabeleireiro dentro do carro e vai a casa das clientes cortar cabelos, fazer brushings e até madeixas. A jovem Anika Harms, 22 anos, residente na Póvoa de Santa Iria, cansou-se de esperar por uma oportunidade de emprego e decidiu lançar-se por conta própria num conceito inovador: o Hair Táxi. O investimento não foi avultado. Anika Harms só precisou de transformar o seu Toyota Yaris num veículo preparado para transportar os utensílios de cabeleireiro. O seu cartão de visita – um postal publicitário que costuma distribuir nas caixas de correio – é amarelo e preto. Com tesoura a xadrez. Não fosse o projecto assemelhar-se aos serviços de táxi. Mas em vez de transportar pessoas transporta-se a ela própria e aos utensílios de cabeleireiro que vão a casa das clientes. O irmão criou o logótipo da empresa móvel que não tem despesas de água, luz ou renda ao contrário dos estabelecimentos convencionais. A morada para efeitos fiscais é a da residência da jovem. Tem maletas específicas para cada tipo de trabalho. Transporta escovas, secador, a palete das cores para madeixas e até uma calha móvel para facilitar a lavagem de cabelos na casa das clientes. “Há também quem opte por esperar de cabelo já molhado”, ilustra a jovem. O projecto arrancou em Julho e desde então que a agenda da cabeleireira se tem feito à custa de amigos e do passa palavra dos clientes que vai conseguindo. Agora que a época de Verão já acabou a cabeleireira tem esperança de conseguir mais clientes que durante o Inverno vão preferir recorrer ao serviço evitando sair de casa. A jovem cabeleireira, com ascendência alemã, trabalha num raio de 10 quilómetros da Póvoa de Santa Iria. Em Alverca, Forte da Casa, Vialonga, Santa Iria da Azóia e Bobadela movimenta-se sem custos adicionais, mas sempre que vai a Vila Franca de Xira ou Lisboa cobra uma taxa de deslocação. Anika Harms só vê um entrave à sua empresa. “As mulheres portuguesas gostam muito de ir ao cabeleireiro para saber as cusquices e falar”, confidencia. Um hábito que não existe na Alemanha onde as pessoas vão só duas ou três vezes por ano ao cabeleireiro. Porque os preços também são mais elevados. A diplomada pela Centro de Formação Profissional do Penteado, Arte de Beleza, passou por vários salões de cabeleireiro de renome até que decidiu que queria lançar-se por conta própria. Por enquanto Anika é a empresária em nome individual, mas se o negócio evoluir tenciona recrutar uma parceira para cabeleireiro e manicura. A ideia de criar a empresa surgiu depois de ver uma reportagem de um casal de cabeleireiros alemão que apostou num projecto semelhante. Mas também porque a jovem reparou que os portugueses esperam muito tempo para ser atendidos no cabeleireiro. “Se tiverem que esperar em casa é bem mais agradável”, argumenta.O cartão de visita de Anika é internacional. Fala inglês e alemão. O que já tem dado jeito. Como naquele dia em que foi chamada para arranjar o cabelo a um grupo de turistas hospedados num hotel de Santa Iria. O horário é extensível até às 22h00. As marcações são feitas por telemóvel (964552579) ou e-mail (hairtaxi@gmail.com). Os preços variam entre os 12,50 euros do corte normal até aos 31,50 das madeixas de prata.Anika nunca sabe quem está a solicitar os serviços, mas por precaução deixa sempre à mãe ou a outro familiar indicação do local para onde foi chamada. A vontade de vencer é maior que o receio.

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