Praça de toiros de Vila Franca a concurso
António Manuel Cardoso vai tentar renovar a concessão do espaço tauromáquico
Nas últimas duas temporadas a praça de toiros rendeu à Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca 96 mil euros que foram aplicados na sua conservação e em proveito dos utentes da instituição.
A Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira vai receber propostas para a exploração da Praça de Toiros Palha Blanco nas temporadas de 2008 e 2009 a partir do dia 12 de Dezembro e até 11 de Janeiro de 2008. As propostas devem ser formuladas em carta fechada dirigida para a sede da instituição. As condições propostas pela Misericórdia podem ser consultadas no caderno de encargos a disponibilizar na secretaria nas horas de expediente.O MIRANTE sabe que a empresa que explora actualmente a praça, a Toiros & Tauromaquia deverá concorrer. O empresário António Manuel Cardoso “Nené”-que detém várias praças na região e é apoderado de vários toureiros - disse que irá ponderar a apresentação de uma proposta depois de analisar as condições. “Se a Santa Casa tiver a amabilidade de me enviar o caderno de encargos irei analisar para decidir se ainda tenho coragem para continuar esta luta”, referiu. António Cardoso pagou nas últimas duas temporadas uma renda anual de 48 mil euros para a exploração da praça. Um valor muito acima do praticado noutras praças da região e que constitui uma importante receita para a vida da instituição que apoia dezenas de idosos e famílias carenciadas.Uma parte do valor cobrado é aplicada na manutenção e conservação da praça que, segundo fonte da Misericórdia, “é mais onerosa porque se trata de um edifício centenário”.Na última temporada a afluência à praça aumentou, mas raras foram as vezes que a praça encheu, mesmo com o anúncio de imponentes cartéis. Só os espectáculos gratuitos conseguiram alcançar a lotação máxima. Em entrevista a O MIRANTE o empresário disse acreditar na melhoria das assistências na praça que considera um monumento que Vila Franca deve preservar. “Vila Franca tem andado de costas viradas para a praça e o empresário tem sofrido com isso. Felizmente, as pessoas começam a conversar e tem sido feito um esforço para unir os aficionados. As pessoas cansaram-se de estar de costas viradas, reflectiram e perceberam que o caminho era este. Quero agradecer ao Clube Taurino e ao Vila Franca Toiros essa ajuda”, referiu na entrevista concedida antes da última Feira de Outubro.Quanto aos valores pagos pela sua empresa pela concessão da praça de Vila Franca, António Manuel Cardoso explicou que “ é preciso saber fazer contas e ter a noção de quanto uma praça pode render em termos económicos” para se montarem os espectáculos de modo a darem lucro. Mas, ressalva, “não se pense que se faz uma corrida e fica-se rico”.O empresário agradeceu o apoio da câmara, mas frisou que “é um apoio com retorno”, salientando o elevado número de pessoas convidadas da câmara que assistem às corridas com convites e bilhetes oferecidos pela empresa.Alguns aficionados têm defendido que deve ser o município a assumir a gestão da praça nomeando uma comissão de especialistas para fazer a programação dos eventos. Misericórdia e município já trocaram impressões sobre esta solução, mas não chegaram a entendimento e a instituição não abdica da receita que “faz falta para ajudar quem precisa”.
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