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Queijo de cabra da Maçussa inspira livro de receitas

Queijo de cabra da Maçussa inspira livro de receitas

Adolfo Henriques reuniu num só livro 60 sugestões para preparar o “puro chèvre”

Um produtor de queijo da aldeia de Maçussa, Azambuja, decidiu lançar um livro com 60 propostas diferentes para cozinhar o “puro chèvre”. Uma iguaria utilizada por chefes dos mais conceituados restaurantes portugueses.

Sessenta formas diferentes de cozinhar o queijo de cabra “Chèvre” produzido na aldeia de Maçussa, Azambuja. É esta a proposta do produtor Adolfo Henriques que para assinalar os 30 anos da empresa familiar de fabrico de queijos decidiu lançar um livro de receitas com a colaboração de 60 reputados chefes que incluem o queijo de origem francesa no cardápio das iguarias. O livro “Puro Chèvre – receitas com queijo de cabra Granja dos Moinhos”, com a chancela da Assírio e Alvim, apresentação de Adolfo Henriques e fotografia de Valter Vinagre, foi apresentado na tarde de sábado no “Baile”, na Maçussa, um espaço de cultura gastronómica criado pelo produtor de queijos. “Era um projecto que já tinha na cabeça há algum tempo. Este ano conseguimos arranjar as condições ideais para lançar o livro. Foi meter mãos à obra, calcorrear os caminhos dos restaurantes, falar com os chefes amigos e propor-lhes o desafio”, explica o único produtor de queijo chèvre em Portugal.As 60 receitas - criações dos chefes à volta do queijo de cabra puro chèvre – são enquadradas pelo sociólogo de formação com contextualização histórica sobre o pastoreio. “Na vida do campo a pastorícia e os animais eram fonte de receita e subsistência das populações. Agora ainda são sustento, mas noutra acepção. Procuramos fazer uma ligação à zona e às tradições embora seja um queijo já mais elaborado e feito com outras tecnologias. No fundo também é um melhoramento do produto base em si”, explica.O livro acolhe sugestões gastronómicas múltiplas, desde a taberna e tasca, meia dúzia de amigos gourmets que também se dispuseram a colaborar, até aos restaurantes mais conceituados com estrela Michelin. É o caso do Eleven, Guincho e Quinta das Lágrimas. Mas o produto também não deixou de lado a “Senhora Tasca” da Labrugeira, o “amigo Dunas e a D. Odete” de Lisboa ou o Paulo da Taberna nas Caldas. “Uma ou outra foi criada para o livro, mas a maior parte são receitas que os chefes fazem no dia a dia”, comenta Adolfo Henriques. A produção do queijo chèvre está concentrada na aldeia da Maçussa, Azambuja, onde o produtor trabalha com uma equipa entre três a quatro pessoas. O volume de queijos é variável. “Este ano é mau porque há falta de chuvas e as produções estão atrasadas”, ilustra. Em alturas normais a fábrica produz cerca de cem unidades. Além do queijo a empresa aposta também em produtos artesanais como complemento da actividade agrícola. Ervas aromáticas e tomate seco. “Vamos fazendo uns aproveitamentos e procurando dar qualidade aos produtos para responder à procura do mercado”.O queijo é preparado de forma artesanal nas instalações agrícolas da família de Adolfo Henriques. “É um queijo especial que requer algum maneio. Não é fácil trabalhar com bolores, com uma coisa que não se vê”, explica o produtor. O Lneti fornece os fermentos lácteos à queijaria de Adolfo Henriques, que teve que importar as cabras de origem suíça para arrancar com a actividade. A mãe ajudou-o a criar a pequena empresa familiar, onde trabalham actualmente três pessoas a tempo inteiro. O livro de receitas foi “servido” com vinho no “Baile”, um espaço que não é um restaurante, mas uma “tertúlia alargada”, como gosta de lhe chamar Adolfo Henriques. Um ponto de encontro para grupos de amigos onde também há lugar para a fruição da arte.
Queijo de cabra da Maçussa inspira livro de receitas

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