Embrulhada numa capa castanha e chapéu à cavaleira Teresa Martins olha apreensiva para o placarde onde estão afixados os nomes e respectivas mesas dos convidados. Passa os olhos repetidamente pelas duas dezenas e meia de folhas mas não vislumbra o seu nome. Com um sorriso a presidente da Junta de Freguesia de São João Baptista, Entroncamento, pergunta a alguém da organização – “a secretária da junta confirmou que vinha, não confirmou?”.Um pequeno pormenor resolvido de imediato numa noite de festa “dois em um”. Assinalou-se o 20º aniversário de O MIRANTE e foram entregues os Galardões com que, anualmente, o jornal e a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) premeiam as empresas e empresários da região. O picadeiro da Golegã engalanou-se na noite dia 23 de Novembro e entre demonstrações de perícia cavalar e um pezinho de fandango não houve convidado que tenha ficado de fora. José Eduardo Carvalho, presidente da Nersant e um dos anfitriões da noite, perscrutava a sala composta e o ambiente festivo com ar de aprovação e um sorriso nos lábios. Joaquim Emídio, director geral de O MIRANTE, circulava entre os convivas, tentando não esquecer ninguém e fazendo com que as pessoas sentissem, como mais tarde diria, que faziam parte de uma grande família. As mesas tinham nome de cavalos da raça Lusitana. Na Opus 74, estavam dois dos premiados da noite – José Vieira (prémio carreira empresarial) e Manuel Saraiva, proprietário da Vigobloco, PME do ano. Os dez lugares já estavam preenchidos quando por ali passou o empresário de Tomar João Salvador, com ar perdido. O seu nome estava incluído naquela mesa mas o seu lugar tinha sido ocupado. “Eu já sei o que aconteceu e peço desculpa”, diz um senhor de bigode sentado à minha frente. Estava em representação da Pegop e à última hora tinha substituído o seu colega que estava para vir que, por coincidência, se chama José Vieira. Quando olhou para os nomes que constavam na mesa do Opus 74 e viu o nome, não pensou duas vezes. Portanto, sentou-se confortavelmente na mesa onde já estava o outro José Vieira, empresário do Entroncamento galardoado, acompanhado pela bonita esposa, Maria Rosa. Compreensivo e sorridente João Salvador arranjou logo outra mesa para apreciar a noite. Uma noite onde não faltou a tradição da vila anfitriã. A Câmara da Golegã esmerou-se, proporcionando aos cerca de 250 convidados um espectáculo de perícia cavalar e arte folclórica. Entre uma garfada de medalhões de peixe ou lombo assado os convidados puderam assistir a actuações de cavalos e cavaleiros na zona central do picadeiro, por onde minutos antes tinha entrado a charrete com o presidente da Câmara da Golegã, Veiga Maltez, e o director geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio. Conduzida com perícia, a charrete deu várias voltas ao picadeiro, abrindo a festa. No palco improvisado, homens e mulheres do Rancho folclórico da Golegã cantaram e encantaram. E a noite fria aqueceu com os dois pares que deram uma aula de fandango.A prova de que as mulheres podem ser mais pacientes que os homens foi dada por duas grandes senhoras. Gabriela Rosa, a mulher empresária de Alcanena, e Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, foram das últimas a levantar-se das respectivas mesas para escolher a refeição, no bufete existentes nos dois lados do picadeiro. De prato na mão, Maria da Luz Rosinha perscrutou com um rápido olhar as iguarias e, sem nunca largar a encharpe bordeaux que trazia sobre os ombros – que a noite estava fria, apesar dos candeeiros/aquecedores fazerem o seu papel – escolheu. Do outro lado do picadeiro, vestida de preto com apontamentos de branco, Gabriela Rosa também não tinha pressa. Afinal a noite ainda só estava a começar.“Está tão nervoso” confidenciava a filha de Manuel Saraiva olhando com carinho para o homem que dali a minutos iria receber o prémio de PME do ano. “Foi preciso insistir que lhe ficava bem dizer algumas palavras sobre o significado do galardão mas não sei se se irá engasgar”. Não se engasgou. Nem ele nem os restantes premiados. José Vieira foi parco em palavras. “O que é que eu vou dizer?!! O prémio fala por si”, dizia o homem que é conhecido por não gostar de se pôr em “bicos dos pés”.A noite fechou com os parabéns a O MIRANTE. Joana Emídio, directora de marketing, fez as honras da casa, partindo e distribuindo fatias do enorme bolo aos convidados, com a preciosa ajuda da mãe, Fátima Emídio, vistosa mas sempre discreta. Como é timbre de uma grande senhora.