A música é uma paixão que acompanha Maria Madalena Pereira desde criança. O pai era músico e participou no filme português “Costa do Castelo” que foi um sucesso na década de 40. Madalena Pereira ainda não andava na escola e já acompanhava o pai. Não é de estranhar por isso que uma das suas disciplinas escolhidas na Universidade Sénior tenha sido música. Madalena Pereira faz parte do grupo de cerca de duas dezenas de alunos da disciplina que actuaram no concerto de Natal organizado pela Universidade Sénior de Vila Franca de Xira, terça-feira, dia 11, que decorreu no Palácio da Quinta da Piedade, na Póvoa de Santa Iria. Os alunos declamaram poesia e cantaram músicas de Natal e temas tradicionais portugueses.Aluna do terceiro ano da disciplina de música na Universidade Sénior de Vila Franca de Xira, Maria Madalena Pereira, 65 anos, não hesitou quando teve que escolher as disciplinas a frequentar na Universidade. “Sou uma pessoa muito positiva, alegre e toda a vida convivi com a música, por isso, não fazia sentido não escolher esta disciplina”, conta, adiantando ainda que, inscreveu-se na universidade para combater a solidão que sente quando está em casa.Carlos Reis é um dos quatro alunos do sexo masculino que optaram pela disciplina. A actuação de Natal deste ano teve um significado diferente para o aluno. Devido à ausência forçada da professora de música, por estar na recta final da gravidez, Carlos Reis assumiu o papel de orientador do grupo. Apesar do nervosismo, o “novo professor” esteve à altura da responsabilidade. “Incumbiram-me desta tarefa e trabalhei para dar o meu melhor. Acho que o resultado não foi mau para um novato”, arrisca.Carlos Reis é outro apaixonado por música. Além das aulas na universidade sénior, este aluno, que é também monitor das aulas de Informática, frequenta ainda a Banda dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Santa Iria onde aprende órgão e também uma escola de música onde tem aulas de tuba. “Sempre gostei de música mas a vida profissional agitada nunca permitiu explorar essa paixão. Desde que estou reformado tenho mais tempo para me dedicar àquilo que realmente gosto”, refere o aluno que também frequenta a disciplina de danças de salão.Também Fernanda Leite, 64 anos, é uma apaixonada pela área. A aluna recorda que, aos 14 anos, chegou a aprender Solfejo mas quando casou o “bichinho” da música ficou adormecido. Até que há quatro anos decidiu combater a solidão que se apoderou da sua vida quando enviuvou e inscreveu-se na universidade sénior. Além da música frequenta aulas de artes decorativas, teatro e história local. É fã de fado e gosta de escrever. Foi a autora dos poemas declamados no concerto de Natal da universidade “Um amigo” e “O Natal da minha aldeia”.Para Joaquim Pinto, 62 anos, a música é uma excelente terapia e proporciona convívio entre amigos. O aluno da universidade sénior há já dois anos confessa gostar de cantar entre amigos, especialmente fado. “Tenho sete fados no meu repertório que costumo cantar”, brinca. Natural de Coruche, distrito de Santarém, mas a viver há 40 anos na Póvoa de Santa Iria, Joaquim Pinto garante que a melhor opção que fez desde que se reformou foi ter-se inscrito na Universidade Sénior. “Desde que entrei na universidade tenho o tempo sempre ocupado e já fiz mesmo muitas amizades”, salienta.