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“Não acredito na taxa de desemprego em Portugal”

Tem muitos brasileiros a trabalhar consigo. É uma opção?Não tenho preferência por qualquer nacionalidade. Sejam brasileiros ou ucranianos. O que é importante é que se portem bem. Costumo dizer que os bons estão apanhados e anda aí um restolho. Contrato brasileiros porque não tenho outra alternativa. É difícil arranjar empregados. O centro de emprego o que manda é pessoal que anda metido na droga. Às vezes pergunto: “gostava de ser servido por uma pessoa assim?”. Por isso já desisti…Então não acredita na taxa de desemprego em Portugal?Numa das minhas pastelarias tenho sempre um papelinho a pedir empregados. Não acredito na taxa de desemprego em Portugal. Muitas pessoas não querem emprego. Alguns vêm dizer que não compensa porque recebem subsídios. Acho que para se receber o rendimento social de inserção deveria ser obrigatório trabalhar. Esse subsídio serviria como complemento ao ordenado da família. Com ordenados de 400 euros uma família que tenha 600 ou 700 euros de despesas e filhos vive com muitas dificuldades. Os portugueses são pouco empreendedores?Talvez algumas pessoas prefiram ter alguns milhares de euros no banco a investi-lo. Como é arriscado preferem jogar pelo seguro… Tem 66 anos, mas continua cheio de projectos. Acho que vou trabalhar até morrer. Continuo cheio de projectos. Vou fazer a beneficiação de um espaço junto à nova pastelaria “Ribatejana”, em Vila Franca de Xira, e apostar na doçaria tradicional. Para dar também um pouco de dignidade àquela cidade. Vila Franca de Xira está descaracterizada em algumas zonas.Já ajudámos a recuperar alguns edifícios velhinhos da cidade. O da pastelaria junto à estação e um outro perto do mercado. Temos uma boa relação com a autarquia. Vila Franca de Xira tem uma presidente que é uma mulher de armas. Diz o que tem a dizer com frontalidade. Mulheres assim fazem falta na política. Tem uma dinâmica impressionante e trabalha no sentido construtivo. O que lhe diz o conceito de responsabilidade social que está muito na moda?Gosto de ajudar. Uma vez uma senhora, em Lisboa, foi pedir-me ajuda para comprar uma máquina de costura porque o marido estava desempregado. Perguntei quanto custava a máquina: 35 contos [175 euros). Mandei dar-lhe 20 contos [100 euros]. Nunca cheguei a saber o destino do dinheiro. Nas pastelarias há ordens para não se recusar pão ou leite. Colaboro, mas é complicado quando há muita gente a pedir. O padre João Canilho tem feito um óptimo trabalho com as crianças e idosos na vila de Azambuja. Mas quando vêm pedir para o futebol e cavalos já é diferente. É nessas alturas que costumo dizer que o sócio maioritário está no Brasil.

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