A consultora de moda que aumenta a auto-estima das mulheres
Telma Rocha dá conselhos sobre a indumentária a usar consoante o tipo de cliente
Aumentar a auto-estima das mulheres e homens da região é o que se propõe fazer Telma Rocha. Porque são raras as pessoas que têm o dom da beleza natural. “Há uma máxima chinesa que diz que 20 por cento de uma pessoa é beleza própria, os restantes 80 por cento é fruto de muito trabalho”, refere a consultora de moda. Pela porta da sua loja em Torres Novas passam pessoas de todas as faixas etárias, com problemas comuns – arranjar a roupa ideal para o seu corpo, a maquilhagem certa para a sua pele, os acessórios adequados à ocasião. E quem vai uma vez geralmente passa a ir sempre. A cliente mais velha de Telma tem 86 anos mas um espírito jovem.O gosto pela moda começou muito cedo. Natural de Ferreira do Zêzere, Telma emigrou com os pais para a Alemanha aos seis anos e acompanhava-os sempre nas muitas viagens que faziam a Itália para comprar os componentes dos acórdeãos que fabricavam. “Uma coisa que me fascinava era ver as mulheres e os homens italianos sempre muito bem vestidos”, diz, adiantando que começou a devorar todos os livros que encontrava sobre moda.Aos 14 anos já sabia que existiam vários tipos de rosto – a mulher macã, pêra e por aí fora – e tentava pôr na prática os ensinamentos dos livros”. Na adolescência passou a modificar a aparência das colegas de escola. Nunca impunha nada mas dava conselhos. Dizia-lhes que determinada cor lhes ficava melhor, sugeria-lhes um corte de cabelo diferente. Muitas vezes era ela própria que cortava o cabelo às amigas.Aos 27 anos decidiu apostar também na área da saúde e tirou um curso de naturopatia. “Porque para sermos bonitos temos de ser saudáveis”. O passo seguinte foi um novo curso, desta vez mais ligado à pele. Com a Madame Campos aprendeu massagens, visagismo, maquilhagem, anatomia, cosmetologia, manicura e pedicura. E abriu um gabinete de estética em Tomar. “Gostava muito mas ainda não era bem aquilo que me preenchia profissionalmente”.Foi à procura da sua realização profissional. Trabalhou numa seguradora onde exercitava o alemão, foi funcionária de uma loja de roupa em Tomar e gerente de uma outra em Torres Novas. Há cerca de um ano pensou que estava a desperdiçar as suas capacidades e decidiu investir por conta própria. Abriu a Amori Mio há apenas seis meses e finalmente encontrou-se consigo própria. Quem entra no estabelecimento decorado com tons quentes não vai à pressa. Percorre os olhos pelas roupas, acessórios e calçado e Telma deixa a cliente à vontade. Analisa o perfil da pessoa e só depois começa a dar as suas sugestões. Aconselha o que considera que melhor fica a determinado corpo, a maquilhagem certa para determinada ocasião, o creme para o rosto e corpo e até o perfume ideal. “Ainda não vendo maquilhagem nem cremes na loja mas digo às clientes onde os podem encontrar”.Algumas pessoas ficam-se pela montra, com receio de que as peças expostas na loja sejam demasiado caras para as suas carteiras. Telma diz que é puro engano. “Tenho preços para todas as bolsas e os conselhos são grátis”, afirma com um sorriso nos lábios. “Os portugueses vestem melhor que os alemães, por exemplo, mas falta-lhes a formação necessária para saber conjugar cores e tecidos, algo em que os italianos são mestres”, salienta, adiantando que uma pessoa mais forte não tem de andar com roupas largas para esconder a barriguinha. “Há mulheres mais fortes com muito bom gosto para vestir e maquilhar”.Onde Telma gasta mais tempo e dinheiro é em feiras de moda internacionais. O recheio da sua loja vem de Itália, Espanha mas também de Portugal, “onde se fazem coisas tão boas ou melhores que em outros países”. E não tem horários. “A loja fecha às sete da tarde mas já atendi clientes à noite e até ao domingo. Telefonam-me para as ajudar a escolher uma peça para determinado evento e eu venho”, diz. “Agora estou no meu mundo”.
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