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“O segredo é pensarmos sempre que podemos fazer melhor”

Nuno Falcão Rodrigues fala da Quinta “Casal da Coelheira” no Centro Agrícola do Tramagal

Os vinhos do “Casal da Coelheira”, têm vindo a alcançar cada vez mais reconhecimento nacional e internacional somando meia centena de prémios ao longo dos últimos dezanove anos.

“O vosso vinho branco faz-me lembrar uma donzela que apetece sorver a beijos”. Nuno Falcão Rodrigues, não esquece, por mais anos que passem, o comentário feito pelo falecido jornalista e enófilo Oliveira Figueiredo a um branco do Casal da Coelheira. O empresário de 37 anos que gere, juntamente com os pais, a Quinta do “Casal da Coelheira”, no Centro Agrícola do Tramagal, Abrantes diz que o segredo do sucesso passa pelo inconformismo. “Conseguimos ser sempre melhores e ir mais além”, afirma. Fundada em 1986 por José e Maria Fernanda Rodrigues, a Quinta do “Casal da Coelheira” tem vindo a somar prémios em concursos nacionais e internacionais de vinhos. Logo nos dois primeiros anos de actividade arrecadou dois prémios consecutivos, com o “Casal da Coelheira” branco, num concurso promovido pelo Instituto do Vinho e da Vinha. “Para nós foi externamente importante estas distinções porque, para além da notoriedade que nos deu, representou para nós um sinal de que estávamos a ir no caminho certo”, refere. O último prémio arrecadado pela coube ao vinho “Terraços do Tejo” (Tinto) que a “Coelheira”, como também é conhecida, começou a comercializar em Fevereiro último, tendo sido distinguido com uma medalha de ouro no concurso “Vinalies Internationales 2008”, em Paris. Antes de adquirem a propriedade da Quinta do “Casal da Coelheira”, os pais de Nuno Falcão Rodrigues, naturais de Abrantes, tinham tradição na actividade agrícola e exploração florestal. “Fui eu que os desviei da agricultura para o vinho”, diz o empresário a sorrir. Filho único, deu os primeiros passos no negócio da família enquanto estudante do bacharelato de Produção Agrícola na Escola Superior Agrícola, de Castelo Branco. “ Nessa altura surgiu a oportunidade de fazer um estágio de um ano em França, numa Estação de investigação pública. Tive muita sorte porque, como se sabe, os franceses são líderes na investigação e tecnologia de topo no que diz respeito ao desenvolvimento do conhecimento de vinhos”, explica. Para Nuno Falcão Rodrigues, hoje em dia já não há segredos para fazer um bom vinho. Há, no entanto, dois aspectos que considera fulcrais na sua produção. “Rigor e seriedade no trabalho”, explica. Na Quinta do “Casal da Coelheira”, a vindima começa a 16 Agosto e vai até 16 Outubro. Primeiro as castas brancas porque são mais precoces. Só depois as tintas, que demoram mais tempo a amadurecer. As fermentações dos vinhos tintos decorrem durante duas semanas e são controladas diariamente. Os vinhos chegam, normalmente, ao mercado em Dezembro. No início, a Quinta do “Casal da Coelheira” cultivava apenas castas portuguesas: Fernão Pires, Malvasia e Tamarês (brancas) e Camarate, Trincadeira e Castelão (tintos). Agora, nos 64 hectares de vinhas de diversas idades, há também Cabernet Sauvignon, Chardonnay (brancos) e Arinto e nas tintas, Touriga Franca, Alicante Bouschet e Syrah. Para o empresário vinícola, a imagem dos vinhos do Ribatejo está a mudar. “Não é falsa modéstia mas penso que no Ribatejo temos vinhos ao nível do melhor que se faz no país só que há muitas pessoas que não querem ver isso e associam a qualidade dos vinhos a outras regiões. E mais triste fico quando são as pessoas da nossa própria região que não querem constatar isso”, aponta. “Temos que ter orgulho do que fazemos na nossa terra e ajudar a mudar a mentalidade de que no Ribatejo não há vinhos de qualidade”, conclui.

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