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A Abrilada

Trinta e quatro anos depois do 25 de Abril faço a seguinte reflexão, bastante pertinente e provocatória. A Revolução não passou, afinal, de uma Abrilada, levada a cabo por militares insatisfeitos, fartos de morrer e levar tareia no Ultramar, que queriam ganhar mais e ser promovidos. Nada mais. Mas, dirão idignados muitos de vós, e os direitos inabaláveis que adquirimos? Quais? perguntarei eu. O de votarmos conscientes e em liberdade? Ah, esse, o tal em que a abstenção é o partido vencedor. “E o direito de expressão?” Qual direito de expressão? “E o direito à greve?” Nesta conjectura? São loucos?Todos os anos comemoramos um dia que não é senão mais um feriado e um pretexto para mais uma ponte para a maioria da população. Sejamos realistas, meus amigos, nunca houve uma verdadeira revolução. A revolução das mentalidades, a revolução cultural e social. Essa, a revolução porque deram a vida centenas de intelectuais, a revolução porque lutaram os que foram torturados, presos e exilados tantos amantes da verdadeira liberdade, essa ainda está por fazer. Onde estavam os militares quando tudo isto se passava? Porque não fizeram nada para salvar os que sucumbiram em prol de um sonho, de um ideal? Ainda não era altura?Estarão a pensar,”Enlouqueceu!”. Não, não enlouqueci. Se dúvidas existirem vejam todas as semanas a excelente série que passa na RTP 1, o “Conta-me como foi” e depois tirem as ilações que quiserem, ou então joguem ao jogo das diferenças e vejam o que mudou. Honremos de uma vez por todas os que morreram pelo ideal de um país melhor. Façamos de uma vez por todas a verdadeira revolução, a das ideias, a das palavras, a das mentalidades, a revolução social, económica, cultural. Deixemo-nos de hipocrisias e amorfismos, façamos de uma vez por todas a verdadeira Revolução de Abril. Manuela Ralha

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