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Postal perdido

No momento em que escrevo – e quando O MIRANTE vai para as bancas -, a minha filha mais nova, de 9 anos de idade, encontra-se em Paris. Vai de visita à Disneyland, com passagem pela Torre Eiffel, pelo Louvre e por La Villette. É mais uma das visitas de estudo organizadas pelo Colégio.No meu tempo, íamos a Mafra ou Coimbra, em passeio. Não nos passava pela cabeça transpormos as fronteiras nacionais.No entanto, não é a primeira vez que a pequena vai à Disneyland.Eu já lá a tinha levado há um ano atrás.Passou-se um caso curioso, que ultrapassa a magia própria do local.No quiosque do hotel, adquirimos uns postais, para enviar à família.Já no quarto, ela procedeu à escolha e começou a redigir as várias mensagens, no lado esquerdo de cada um dos cartões postais.Uma vez completo o trabalho de escrita, restava ir ao balcão de concièrge, comprar os selos e, após proceder à sua colagem, depositá-los no marco apropriado.Chegados ao rés-do-chão, verificámos que faltava um dos postais. E logo era o que se destinava à mãe da Joana. Ela ficou preocupada, como se fosse algo sem solução.Expliquei-lhe que, em primeiro lugar, deveríamos reconstituir os nossos passos até ao quarto e verificar se localizávamos o postal. Infelizmente, não o encontrámos.Restou-nos adquirir um novo postal exactamente idêntico ao outro.A minha filha procurou reeditar as palavras que já tinha escrito. Nunca se consegue reproduzir fielmente, de memória, as frases tal e qual haviam sido redigidas. Mas, fundamentalmente, o texto correspondia ao original.Finalmente, lá procedemos ao envio do objecto postal, depois de colocada a respectiva estampilha.Foi admirável o que se passou, então.À caixa do correio da mãe da Joana, chegaram dois postais. Um era o que ela própria tinha introduzido no marco do correio. O outro era o primitivo, que ela perdera sem saber muito bem onde.Alguém encontrara o postal, provavelmente caído no chão de um corredor ou no elevador. Dera-se ao trabalho de adquirir um selo, colá-lo e remeter o cartão postal, num gesto de bonito altruísmo anónimo.* Juiz(hjfraguas@hotmail.com)

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