Irmãs gémeas Andreia e Ana Robalo brilham na Europa dos trampolins
As jovens ribatejanas trouxeram da Dinamarca uma medalha de ouro e duas de prata
As irmãs gémeas, Andreia e Ana Robalo, têm apenas 16 anos, são ginastas de eleição. Brilharam nos Campeonatos da Europa de Juniores, que se disputaram em Odense, Dinamarca. Andreia conquistou uma medalha de ouro e uma de prata, e Ana conquistou uma medalha de prata. Vivem na pequena aldeia da Fajarda, concelho de Coruche e treinam todos os dias em Salvaterra de Magos. São iguais como duas gotas de água, têm gostos muito parecidos, mas recusam a ideia de que têm que ter ou fazer tudo igual.Andreia e Ana já são uma referência da ginástica acrobática em Portugal e pedem meças a nível europeu e mundial, mas são de uma simplicidade tão forte que desarmam qualquer mortal. Na conversa que mantivemos com as duas campeãs mostrou-nos duas jovens que ainda estão nas nuvens, parece não acreditarem ainda que se tornaram alvos da curiosidade de Portugal e dos portugueses.As vitórias na Europa, como as muitas vitórias que já conseguiram em Portugal, não modificou em nada a vida das duas irmãs gémeas, continuam a viver na mesma aldeia da Fajarda, a estudar na mesma escola, a conviver com os mesmos amigos e a deslocarem-se diariamente cerca de quarenta quilómetros, transportadas no automóvel, conduzido pela mãe, para treinar duas horas e meia em Salvaterra de Magos. Apenas o aparecimento dos jornais e das rádios, agitou a rotina das suas vidas.Andreia Robalo, a nova campeã da Europa de duplo-mini trampolim, e a irmã gémea Ana, queriam ser ginastas de solo, mas na zona onde vivem não havia clube onde a praticar, procuraram e aos 11 anos, vieram até à Associação Desportiva de Salvaterra de Magos (ADSM) para experimentar os trampolins, o experiente professor, Carlos Matias viu de imediato que tinha ali duas pedras preciosas para lapidar e já não as deixou fugir.Começaram a treinar e os resultados começaram a aparecer quase de imediato. “Em Portugal são campeãs em todos os escalões, às vezes chego a pensar que definem em casa qual é que vai ganhar”, revela o treinador Carlos Matias.É verdade que combinam quem vai ganhar cada prova onde entram?Andreia - não. Cada uma de nós dá o melhor que pode em cada uma das provas onde entramos, umas vezes estou eu melhor outras está a minha irmã, é só isso. Ana - quando corríamos na escola, aí sim combinávamos, hoje ganhas tu a prova tal e eu a outra.São quase uma fotocópia uma da outra. Usam isso para brincar com os colegas, ou com os professores?Ana - não. Somos gémeas, somos muito amigas, mas prezamos muito as nossas diferenças, sempre que alguém nos troca a identidade, apressamo-nos a desfazer o equívoco.Têm gostos iguais, no vestir, calçar e pentear, ou tentam fazer alguma diferença?Andreia – Gostamos do mesmo estilo de roupa, mas não gostamos de andar de igual, se a Ana veste de azul eu visto de verde. Nós e a nossa mãe temos o cuidado de evitar o mais possível andar totalmente de igual. Também acontece quando uma fica doente a outra ficar também?Ana – Felizmente não temos tido grandes problemas de saúde, quando acontece algum problema, a outra fica preocupada, mas não fica doente também. Sendo atletas de alta competição, têm cuidados com a alimentação?Andreia - É claro que temos algum cuidado, mas isso não nos inibe de comer um pouco de tudo, gostamos de uma boa pizza, de hambúrgueres, de bolos e doces, mas também gostamos muito da comida portuguesa. É aliás a grande diferença que notamos quando vamos ao estrangeiro é na comida. Em Portugal comemos muito melhor. O que é que mudou na vossa vida com a conquista destas medalhas?Andreia - não mudou nada, continuamos a fazer uma vida exactamente igual à que fazíamos até aqui. Levantamo-nos às sete horas, para entrar-mos na escola às oito e meia, passamos ali o dia, regressamos a casa por volta das 18 horas e vimos com a nossa mãe para o treino, regressamos, comemos, estudamos um pouco e vamos para a cama.É uma vida complicada. E tempo para conviver com os amigos?Andreia – É um pouco complicada, obriga-nos a ser mais organizadas. Mas conseguimos sempre um tempo para os amigos, que afinal estão na escola e aqui na ADSM. Não estamos mal com a vida, pelo contrário estamos muito satisfeitas, fazemos o que gostamos e somos reconhecidas por isso.Têm alguma superstição ou algo que façam antes de entrar em prova?Ana – Não nem eu nem a Andreia somos supersticiosas. Há… a única coisa que nunca deixamos são estas pulseiras de pano que usamos no pulso.
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