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CNA defende travagem à “corrida especulativa” aos agro-combustíveis

CNA defende travagem à “corrida especulativa” aos agro-combustíveis

Confederação quer que seja dada prioridade à produção de cereais para consumo humano e animal
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defende a travagem da “corrida especulativa” aos agro-combustíveis, dando-se “toda a prioridade” à produção de cereais para consumo humano e animal. Em comunicado, a CNA reclama “outras e melhores políticas agrícolas e de mercados” e sustenta que “os agricultores também são vítimas” da “especulação que campeia nos mercados internacionais”.“Enquanto não são divulgadas as causas mais profundas das subidas de preços - incluindo dos preços no consumo - a opinião pública está a ser manipulada para acreditar que os agricultores é que são quem mais ganha com a situação. Ora, não é nada disso que realmente se está a passar”, sustenta a CNA.Segundo a Confederação, “durante quinze anos seguidos foram drásticas as baixas dos preços dos cereais na produção e, ultimamente, assiste-se a uma recuperação, mas apenas relativa, dos preços na produção”. Por outro lado, “aumentaram para o dobro e mais os preços da maioria dos factores de produção”.Para inverter “estas nefastas tendências”, a organização com sede em Coimbra defende ajudas ligadas ao máximo à produção, embora moduladas (reduzidas por escalões) e “plafonadas” (com tectos ou limites máximos por agricultor).Além da travagem da “corrida especulativa aos agro-combustíveis” e do combate à especulação com os preços no consumo, a CNA preconiza ainda um “grande aumento” da área plantada, com ajudas, de proteaginosas e cereais (não transgénicos) na Europa e em Portugal.Aponta também a necessidade de serem dados “apoios públicos significativos aos mercados locais e regionais” e de a agricultura e a alimentação saírem da Organização Mundial do Comércio (OMC).A CNA refere que há algum tempo que se regista “forte especulação com os preços “de referência” nos mercados internacionais de produtos como o milho, o trigo, a soja, o arroz, situação que dá pretexto aos aumentos do preço do pão, do leite, das farinhas, do arroz, e aos aumentos dos preços das rações para o gado”.“A forte especulação financeira está pois em força no “negócio agrícola” onde exerce a sua acção muito especialmente através da Bolsa de Chicago e de certos trâmites da OMC. Só por si, esta especulação provoca instabilidade e subverte qualquer relação mais objectiva entre o justo valor da mercadoria - cereais e proteaginosas - e o respectivo preço de referência nos mercados internacionais mais concorridos”, adianta.Por outro lado, assiste-se “a uma corrida especulativa para a utilização do milho e de algumas oleaginosas no fabrico dos agro-combustíveis”. Segundo a CNA, “no contexto europeu, ainda pesa negativamente o chamado Acordo de Blair-House, celebrado entre a UE e os EUA em 1994”, que deixou a América “numa posição extremamente vantajosa na produção e no comércio da proteína vegetal para os concentrados de rações”.
CNA defende travagem à “corrida especulativa” aos agro-combustíveis

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