Estudo confirma viabilidade de aeroporto regional em Fátima
Aposta é em voos charters e de low-cost para o santuário mas ambições podem ser maiores
O estudo técnico encomendado pela Câmara de Ourém e vários agentes locais confirmou a viabilidade económica do novo aeroporto regional de Fátima, faltando agora definir qual o investimento a realizar. “Ou aproveita-se a pista e aumentamos um pouco o que existe ou então parte-se para uma coisa maior e um aeroporto com mais condições”, explicou Joaquim Clemente, proprietário da actual pista da Giesteira e um dos parceiros do grupo de trabalho que encomendou o estudo. O estudo final, realizado pela empresa Proplano, aponta estas duas possibilidades, faltando agora saber qual o interesse dos parceiros económicos no projecto. Em cima da mesa estão duas soluções, uma mais modesta que implica menos gastos, mas ficará apenas vocacionada para servir a cidade-santuário ou outra mais ambiciosa, mas também mais rentável do ponto de vista económico.Os promotores do projecto poderão optar pela ampliação da pista de 1.600 para 1.750 metros, dotando-a de condições para acolher aviões com capacidade até 170 passageiros ou então pela remoção do actual pavimento, construindo um aeroporto de raiz. “Nesse caso, a pista já não se pode aproveitar porque tem de ter outros requisitos técnicos” para acolher aviões de grande porte, explicou Joaquim Clemente. Por seu turno, o presidente da Câmara de Ourém, David Catarino (PSD), explicou que agora o objectivo é avaliar as condições de investimentos e depois fazer a “escolha final”. “Primeiro que tudo, precisamos de avaliar as condições técnicas”, tendo em conta a “realidade nova do low-cost” no turismo, explicou o autarca. Já o coordenador do grupo de trabalho, Álvaro Órfão, explicou que “a viabilidade está garantida, mas tudo depende do investimento que se queira fazer”. A aposta será em voos charters e de low-cost para o Santuário mas as ambições podem ser maiores, com ligações regulares que sirvam não apenas Fátima mas também toda o centro do país, até porque o futuro aeroporto internacional de Lisboa será colocado na margem sul, mais afastado do tecido económico da região.O estudo custou cerca de 40 mil euros, num projecto que envolve a autarquia, a Região de Turismo Leiria/Fátima, empresários locais e o proprietário do actual aeródromo de Fátima. A decisão de avançar com este estudo foi tomada em Setembro do ano passado, já que a actual pista da Giesteira foi apontada como destino de voos turísticos a partir do Vaticano e de outros pontos da Europa.A atractividade de Fátima nos mercados turísticos internacionais levou várias entidades locais a criarem um grupo de trabalho, até porque da parte do proprietário existe disponibilidade para alienar (parte dos seus direitos) a uma sociedade que venha a gerir o equipamento. A nova sociedade irá ressarcir o proprietário, que irá também fazer parte do projecto e terá a responsabilidade pelas intervenções futuras.Com a sua construção iniciada na década de 1980, o aeródromo da Giesteira tem sido objecto de polémica devido a constantes problemas burocráticos levantados, mas que agora parecem estar sanados, pelo menos ao nível local.
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