Se há lições que podem tirar-se das profissionais do convívio (também conhecidas como meninas dos anúncios ou, de forma menos torneada, prostitutas) é a eficiência com que disponibilizam a informação dos serviços que fornecem. São directas, esclarecidas, claras e sem rodeios. “Completo significa sexo oral e vaginal e custa trinta euros. Com anal são mais vinte. Vivo na rua tal, junto à praça xis, se quiser um bocadinho de convívio é só vir cá ter”.Podem apontar-lhes mil e um defeitos. Todos, menos a qualidade do atendimento. Ao telefone são simpáticas, bem-dispostas e esclarecem todas as dúvidas de quem as contacta. Mesmo quando estão a ser importunadas por um jornalista de O MIRANTE que lhes tenta sacar histórias em vez de lhes garantir o retorno financeiro que procuram. Os seus contratos não têm letrinhas pequeninas como os das seguradoras ou dos bancos. Não aplicam taxas de combustível nem despesas administrativas. Não fazem telemarketing agressivo através de números de telefone não identificados. Sabem ouvir sem interromper e não tentam impingir o que não podem dar. E acima de tudo, não dão lições de moral a ninguém.