A história de “Foguete”, o atleta mais antigo do Grupo Desportivo de Marinhais
Quem perguntar por Zeferino Neves em Marinhais, arrisca-se a ficar a ver as pessoas a pensar e a dizer que não sabem. Mas se perguntarem pelo “Foguete” de imediato é levado até ao mais antigo atleta vivo do Grupo Desportivo de Marinhais.Zeferino Neves tem 76 anos, e nem sabe bem de onde vem a alcunha de “Foguete”. “Pelo que sei o meu pai era muito alto e magro, e começaram a chamar-lhe “Foguete”, e a alcunha passou para mim, um pouco também porque eu quando era pequeno era muito rápido a fazer os recados que me pediam”.O “foguete” começou a jogar futebol aos 19 anos no Marinhais. Não fez as camadas jovens, porque não havia na altura. “Tinha alguns amigos que jogavam à bola e uma vez fui com eles para um treino e o treinador não tinha jogadores suficientes para fazer um treino de conjunto e chamou-me para treinar com eles e o técnico gostou e até ao final da época fui ficando”, referiu.Nesses treinos enquanto os jogadores do clube já jogavam com botas de futebol, o “Foguete” jogava com botas de cardas. “Mas no início da época seguinte fui inscrito e comecei a jogar, mas tive que ir para a tropa, e curiosamente no final da primeira semana fui chamado pelo oficial de dia para vir para Marinhais porque tinha que ir jogar à bola”.Durante quatro anos jogou em Marinhais, mas depois o clube acabou com o futebol e o “Foguete” foi jogar para o Coruchense onde fez grande parte da sua carreira com grande êxito, sem nunca esquecer o clube da sua terra. “O Grupo Desportivo de Marinhais ficou sempre no meu coração”.As luvas que recebeu par assinar pelo Coruchense foi um fato de fazenda. Sempre conhecido pelo “Foguete”, Zeferino Neves destacou-se como jogador de qualidade e mais tarde para se deslocar de Lisboa para Coruche o clube ofereceu-lhe uma motoreta.Ao longo da sua vida Zeferino Neves, mesmo jogando fora, nunca deixou de acompanhar a vida do Grupo Desportivo de Marinhais. A sua motoreta serviu muitas vezes para transportar jogadores e dirigentes. Vê com agrado a forma de trabalhar dos actuais directores do clube. “Penso que estão no bom caminho, é preciso que os jogadores pensem que têm que voltar a jogar por amor à camisola e não apenas pelo dinheiro, isso tem que ficar para os profissionais”, referiu.
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