Quem vai desmatar os terrenos?
A limpeza dos terrenos é importante mas, pelos vistos, o fogo não tinha acontecido se não houvesse quem o ateasse. O vandalismo não se resume aos que andam a borrar paredes com sprays de tinta e que se intitulam pintores – cada um intitula-se o que muito bem quer e já lá vai o tempo em que o nosso trabalho era avaliado por outros e não por nós próprios. Sobre os terrenos que há por aí ao Deus dará eu consigo perceber o drama de muitas pessoas. Dou apenas o exemplo de uma herança que inclua um terreno. Herdeiros são vários e não se entendem. Quem é que vai limpar o mato? Provavelmente a lei indicará alguém mas uma coisa é o que a lei indica e outra é o que se passa na realidade. Muitas vezes os herdeiros nem sabem bem onde ficam os terrenos a que estão habilitados. Depois há outras questões que o artigo não levanta mas que podia levantar. O senhor jornalista ponha-se na pele do dono de um pedaço de terra nas barreiras de Santarém e vá à procura de quem o limpe. Já agora imagine que tem 75 anos de idade e que recebe uma pensão igual ao ordenado mínimo. Depois escreva sobre o que conseguiu saber. Se encontrou alguma empresa ou particular para lhe fazer o trabalho e quanto teria que pagar. Se não quiser limpar também pode tentar vender o terreno para não ter que andar a limpá-lo todos os anos. Haverá alguém interessado em comprar? E por quanto? Se calhar quando o hipotético dono do terreno era novo ainda tirava do terreno alguma coisa. Agora, se calhar, até está num qualquer lar de idosos e os herdeiros estão na América ou no Canadá. Estou a divagar, eu sei. Mas esta teoria não é totalmente descabida. Américo Fernandes Pereira
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