Ganhão ataca Moita Flores por causa de artigo de opinião publicado em O MIRANTE
Presidente da Câmara de Benavente desafia o homólogo escalabitano a explicar as críticas
Num artigo de opinião Moita Flores chamou caciques aos autarcas que estão a conduzir o processo das Águas do Ribatejo. António Ganhão diz que “Moita Flores pode saber muito de criminologia, mas de poder local sabe muito pouco”.
Um artigo de opinião do presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD) - publicado em O MIRANTE com críticas à forma como foi conduzido o processo das Águas do Ribatejo -, levou o homólogo de Benavente, António José Ganhão (CDU), a fazer um comentário azedo à postura do autarca escalabitano na última reunião de câmara. “Moita Flores fala em sete milhões que foram roubados para fins inconfessáveis e chama caciques aos responsáveis da Águas do Ribatejo de que Benavente faz parte. Se não explicar o que quer dizer é um cobarde”, afirmou António José Ganhão. “A má educação é uma coisa, as ofensas são outra”. O autarca quer saber de que forma o seu comportamento pode ser comparado ao de um cacique que manipula opiniões. “Moita Flores é uma figura mediática que se aproveita dessa condição. Pode saber muito de criminologia, mas de poder local sabe muito pouco”, acusou.O autarca, que falou com a edição de O MIRANTE à sua frente, depois de um regresso de férias, mostrou-se incomodado com a forma como Moita Flores se refere aos municípios que aderiram às Águas do Ribatejo. “Tem um historial triste que é bem retratado pelo jornal O MIRANTE”, afirmou ainda.No artigo publicado na edição de 24 de Julho, intitulado “Meter água”, Francisco Moita Flores escreveu sobre o processo Águas do Ribatejo, que o município escalabitano abandonou no final do ano passado. “Autista e analfabeto são os piropos que me chamam por não ficar de joelhos perante o seu Deus maior, o seu administrador executivo, escravo de caciques incapaz de um acto de gestão intermunicipal, sério e equilibrado. Vieram, mais uma vez, chover no molhado”, lê-se no artigo. “Agitaram 7 milhões de euros que tiraram a Santarém, com um golpe sujo e medíocre, próprio de gente degradada moral e politicamente, como se fosse a bandeirinha de todas as vitórias. E eles que são incapazes mas não são parvos, sabem que esses 7 milhões seria um roubo a Santarém. Para fins inconfessáveis, para negócios cinzentos”, continua Moita Flores antes de rematar: “Devido àsnegociações das compensações Ota-Alcochete tenho passado muitos dias e muitas horas na Associação de Municípios do Oeste. Um sítio bem frequentado, de grandes autarcas, de administradores executivos ao serviço de todos e não apenas dos seus patrões dirigentes. Gente de outra dimensão”, conclui. O processo de constituição da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo está a ser desenvolvido pela Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT) e engloba os municípios de Almeirim, Alpiarça, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos, Golegã e Benavente. As câmaras de Santarém e Cartaxo, que abandonaram a empresa, estão a implementar sistemas próprios. A saída levou a que perdessem a sua parte nos fundos comunitários previstos para investimentos nas redes de água e saneamento básico no âmbito do projecto Águas do Ribatejo. Os sete municípios da Águas do Ribatejo viram recentemente aprovada em Bruxelas a reprogramação da candidatura que lhes garante 28,4 milhões de euros do Fundo de Coesão para uma candidatura com um valor global de 41,8 milhões de euros.Contactado pelo nosso jornal Moita Flores desvaloriza as críticas de António Ganhão e põe em causa a noção de cobardia e coragem do autarca de Benavente. “Quando andava a preparar-se para as primeiras eleições andava eu debaixo de tiros a apanhar bandidos”, desabafa Moita Flores que diz que também não reconhece créditos políticos à actuação de António Ganhão, tal como de Sousa Gomes. “Só olham para os seus umbigos”, atira.
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