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31 anos do jornal o Mirante

Rogério Justino

43 anos, animador de rádio e actor, Samora Correia

As rádios locais hoje são uma imitação barata das rádios nacionais. Perderam o sentido que levou à sua criação e não prestam um serviço público aos ouvintes e às comunidades onde se inserem

A polícia deve disparar sempre que há assaltantes em fuga?Julgo que os polícias só devem disparar em último caso quando estão em risco vidas. A missão dos polícias não é matar, é garantir a ordem pública e penso que na generalidade o fazem de forma correcta.Portugal é um país racista?Muitas vezes são as minorias que alimentam o racismo.Foi animador de rádio durante muitos anos. É um bichinho que fica par a vida toda?A rádio é uma paixão que nunca morre. Quem faz rádio fica seduzido para sempre. Sinto muita saudade dos tempos que vivi na rádio.Teve o maior clube de fãs do país…Conseguimos mais de sete mil sócios. Foi uma família gigantesca que viveu momentos fantásticos de partilha de amizade, amor e carinho.A rádio aproxima as pessoas?A rádio é a companhia de muita gente. O grande fenómeno da rádio é a capacidade que tem de transmitir afectos aos ouvintes e de os ligar entre si numa cadeia de comunicação.O espírito que levou ao aparecimento das rádios piratas desvaneceu-se?As rádios locais hoje são uma imitação barata das rádios nacionais. Perderam o sentido que levou à sua criação e não prestam um serviço público aos ouvintes e às comunidades onde se inserem.A música portuguesa também perdeu expressão?Faz-se muito boa música em português, mas o que vende e o que passa na rádio é o que é feito com objectivos comerciais. A rádio deveria ser mais abrangente nos estilos musicais que apresenta e deveria privilegiar a qualidade.Qual é o cantor que gostaria de ter entrevistado?O brasileiro Nelson Ned. É um cantor fantástico e gostava de conhecer melhor a história da sua vida. Foi um sonho que alimentei durante muitos anos.Está ligado ao movimento associativo. O que é que o motiva para ser voluntário?Ser voluntário é ter o espírito de missão e perceber que na vida temos direitos e deveres. O movimento associativo presta um serviço único ao país. Ser voluntário é dar, mas é também receber. Ao integrar a Associação Recreativa e Cultural Amigos de Samora (Arcas) damos muito, mas sentimos compensação porque vemos a alegria das pessoas envolvidas nas nossas iniciativas.É actor de teatro amador no grupo Sobretábuas. A região tem condições para ter uma companhia de teatro profissional?Os nossos espectáculos têm quase sempre casa cheia. O público gosta e participa. Temos bons actores, bons autores e bons encenadores. Só falta mais apoios para que exista uma companhia profissional. Apesar de eu preferir o teatro amador porque é feito com mais entrega e mais amor. É mais puro e tem outro sabor.É mais difícil fazer rir que chorar?A vida das pessoas leva a que chorem com muita facilidade, mas fazer chorar também não é fácil e exige talento e uma entrega total dos actores.

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