Cavaleiro praticante Tiago Lucas na praça da sua Chamusca natal
Jovem sabe que transformar sonhos em realidades é trabalho de vencedores
Toureou na Moita, Alcochete, Almeirim e Albufeira. Fez prova de praticante em Benavente no princípio do mês. Dia 29, sexta-feira, mostra a sua arte na sua terra natal, a Chamusca. Tiago Lucas quer ser cavaleiro tauromáquico profissional.
Tiago Lucas quer ser cavaleiro tauromáquico profissional. Apesar de saber que o caminho é árduo diz que está preparado para o enfrentar. “O sonho comanda a vida. Ser cavaleiro profissional é o sonho que me faz viver com mais intensidade cada dia que passa”, diz com convicção. Até agora deu alguns tímidos passos. Dia 29 tem uma prova difícil. Vai actuar na Praça de Toiros da sua terra natal, a Chamusca.O avô do cavaleiro praticante chamava-se Joaquim, era negociante de gado e vivia sobretudo para os cavalos. O pai, José Vicente Lucas foi um dos melhores forcados da Chamusca. O irmão mais velho, Bruno Lucas, seguiu as pisadas do pai e é um forcado de eleição. Tiago, 22 anos, preferiu os cavalos. “Comecei a montar a cavalo ainda antes de entrar para a escola”, conta. Começou como amador em tentas, demonstrações de toureio e numa ou noutra garraiada. “Nessas alturas havia sempre pessoas a observar e algumas delas gostaram e começaram a incentivar-me a ir por diante. Com o apoio da família fui avançando, sempre com uma grande vontade de evoluir. As coisas não me têm corrido mal. Fiz a prova de praticante em Benavente no dia 2 de Agosto deste ano. Depois de actuar em praças como a Moita, Alcochete, Almeirim e Albufeira, aquele dia em Benavente foi o melhor da minha vida”, afirma.Ser cavaleiro praticante é o primeiro grande estágio para vir a ser profissional. Apesar do entusiasmo, Tiago Lucas, tem os pés bem assentes na terra. “Não nasci em berço de oiro e não pertenço a nenhuma família de cavaleiros, mas vou lutar para vencer”, garante. “Temos muitas limitações porque não temos posses para comprar bons cavalos já treinados. Procuramos potros praticamente em estado selvagem, domamo-los e ensinamo-los. É uma tarefa complicada, mas que fazemos com gosto. Sou eu que ensino tudo aos meus cavalos, passo muitas horas com eles. Acho que tenho conseguido fazer um bom trabalho. Neste momento tenho dois cavalos que me dão muita confiança, e mais três que estão aptos a entrar em praça”, conta.Os cavalos têm que ser montados todos os dias, cerca de uma hora cada um. No seu trabalho não há hora de entrada ou saída. Os animais tornam-se o prolongamento do toureiro. Cúmplices. “Não há um cavalo que não relinche quando me ouve chegar”.Tiago Lucas vai tourear pela primeira vez, na qualidade de cavaleiro praticante, na Praça de Toiros da Chamusca, a sua terra natal, e isso provoca-lhe alguma ansiedade. “É uma grande responsabilidade, para além de ir tourear com três grandes figuras do toureio a cavalo, quero dignificar a minha terra e mostrar aos meus conterrâneos e amigos que posso vir a ser cavaleiro profissional. Apesar de ser membro da família Lucas, pessoas pobres mas dignas”, vinca. “Não sei se é por ser a minha terra, se é por ter um carinho muito grande por esta praça. O que sei é que não páro de sonhar com a corrida. Ainda esta noite sonhei com a minha actuação, com o número do toiro e com os aplausos do público”, garante. Continua a falar e entusiasma-se. “A sensação de controlar um animal bravio é indescritível”. O jovem cavaleiro da Chamusca é funcionário municipal. “Quero ser cavaleiro mas vou ter sempre os pés bem assentes no chão. Não basta querer para vencer. É necessário muito esforço, aplicação, e trabalho. As coisas não caem do céu.
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