Construção à beira das estradas nacionais prejudica o trânsito e a vida dos condutores
Hipermercados e bombas de gasolina competem pelos locais mais atractivos
Quando viajamos de automóvel na Estrada Nacional 118 no sentido Chamusca-Alpiarça e entramos em Alpiarça a estrada faz um desvio considerável. A Câmara Municipal de Alpiarça decidiu autorizar esse desvio na estrada para, dessa forma, poder permitir a construção de uma superfície comercial à beira de uma estrada nacional de grande movimento.As vantagens financeiras que a implementação de uma superfície comercial trouxe para a autarquia foram suficientes para o presidente do município autorizar a sua construção. E o caso de Alpiarça não é único na região. Em Santarém acontece o mesmo junto a uma das entradas mais movimentadas da cidade. É raro o dia em que não se verificam congestionamentos na Estrada Nacional 3, na zona da Senhora da Guia, uma das entradas na cidade.A construção de uma superfície comercial – actual Pingo Doce – à beira da estrada dá um bom contributo para o caos no trânsito. Alguns automobilistas que vêm do lado da Portela das Padeiras param na sua faixa de rodagem a esperar uma brecha na faixa contrária para poder entrar no parque de estacionamento do hipermercado. Isto apesar de ali haver traço contínuo. Os veículos automóveis que vêm atrás são obrigados a parar e têm que esperar uma vez que não existe espaço suficiente para ultrapassar pela direita. Na entrada sul de Vila Franca de Xira a situação é idêntica. De ambos os lados da estrada estão dois postos de abastecimento de combustível. Quem quer sair da bomba de gasolina tem bastante dificuldade uma vez que não existe espaço para zonas de aceleração. Entra-se directamente na estrada nacional que já de si é bastante movimentada o que provoca problemas sérios no trânsito.Junto ao Pingo Doce e à bomba de gasolina do hipermercado Jumbo, ambos em Alverca, passa-se o mesmo. A saída da bomba de abastecimento de combustível tem a agravante de estar a 50 metros de uma rotunda o que diminui o ângulo de visão dos condutores que pretendem sair do posto de abastecimento.Os autarcas abdicam da segurança dos automobilistas em prol dos milhares de euros que entram nos cofres das câmaras com a instalação das superfícies comerciais e postos de abastecimento de combustível à entrada das estradas mais movimentadas dos concelhos.O MIRANTE contactou o arquitecto António Fortes que referiu que esta é uma questão de planeamento e ordenamento do território e profissionalismo que deveria existir nas câmaras municipais e nem sempre acontece. “As autarquias deviam ter técnicos especializados nas questões do ordenamento do território e das estradas mas não têm o que provoca esta situações que prejudicam o trânsito”, afirma.António Fortes defende o modelo espanhol em que todas as superfícies comerciais e postos de abastecimento de combustíveis estão em zonas específicas das zonas industriais das cidades. “Assim já não existe competição para ver quem consegue os locais mais atractivos de modo a conquistar o maior número de clientes”, considera.
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