Ferroviários venceu o União de Tomar num jogo de fraca qualidade
Num derbi que já conheceu melhores dias a emoção andou arredia
Grupo Desportivo dos Ferroviários do Entroncamento e União Futebol Clube de Tomar disputaram, domingo, um derbi com fraco futebol e muito pouca emoção. A equipa da casa venceu 2-1, mas pelo que se passou em campo o empate teria sido o resultado mais correcto. Já que não pode ser averbada uma derrota às duas equipas.
Os jogos entre Ferroviários e Tomarenses são geralmente os derbis mais emotivos da zona norte do distrito de Santarém mas, nos últimos anos, as equipas têm andado muito distantes do valor de outros tempos. Os encontros são cada vez menos emocionantes e cada vez mais mal jogados.Mesmo assim o jogo ainda teve uma boa assistência, cerca de duas centenas e meia de adeptos das duas equipas ainda fizeram o sacrifício de estar presentes para assistir a um mau espectáculo de futebol, mas com tudo de mau que normalmente se passa em derbis como este. Jogadores expulsos, em magotes a empurrarem-se uns aos outros, e para cúmulo um árbitro que nunca teve pulso para segurar os jogadores.Salvou-se um pouco a primeira parte do Ferroviários. Durante a qual ainda conseguiu dar alguma animação ao jogo. E sobretudo o excelente golo alcançado pelo jogador Pires, da equipa da casa, Numa entrada fulgurante de cabeça a um cruzamento da esquerda. Sem hipóteses para o guarda-redes tomarense, Ricardo.As coisas ainda animaram, quando aos 80 minutos, Quim na marcação de um livre, contou com a colaboração do guarda-redes do Ferroviários, Joel que empatou o jogo e colocou alguma justiça no marcador.Mas oito minutos depois, o árbitro assinalou uma grande penalidade contra os tomarenses, um lance muito contestado pelos jogadores e equipa técnica do União de Tomar, que alegam que a falta foi cometida fora da área. A verdade porém é que Barrela encarregue da sua marcação a transformou no golo da vitória do Ferroviários.Árbitro dominado pelos jogadoresO Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Santarém continua a nomear árbitros com pouca categoria ou com pouca experiência para os derbis como o que se disputou, domingo, no Entroncamento. Não se percebe bem em que critérios se baseia, mas a intensidade destes jogos aconselha a que sejam nomeados experientes.O árbitro do jogo, João Oliveira é muito jovem e cedo se notou a falta de experiência e força para dominar os jogadores. Tentou defender-se apitando a tudo o que era queda dos jogadores, mostrou algum talento para a causa da arbitragem, mas mostrou-se impotente para evitar algumas quezílias e ajuntamentos à boa maneira sul-americana.Paulo Alves anunciou a saída do comando técnico do FerroviáriosNo final do jogo disputado com o União de Tomar, o treinador do Ferroviários, Paulo Alves, anunciou a sua saída do comando técnico da equipa. “Não coloquei o lugar à disposição da direcção. Comuniquei que deixo mesmo o comando técnico da equipa. É uma decisão irreversível”, garantiu.Não é por causa dos resultados, é segundo Paulo Alves, uma decisão bem ponderada. “Já há muito que andava a alertar para a falta de condições para poder formar uma equipa forte. Faziam algumas promessas mas rapidamente eram esquecidas. Na sexta-feira reuni com a direcção para saber se alguma coisa mudava, não ouvi nada de novo e por isso só havia um caminho a seguir, o da saída”, referiu.Paulo Alves garante que só leva uma pedra no sapato. “Sinto alguma preocupação pelo facto dos jogadores que acompanhei e trouxe para o Ferroviários ao longo destes dois anos, poderem sentir que os estou a trair. Mas garanto que isso não acontece, saio e levo-os no coração. Era preciso dar um abanão para ver se as coisas se modificam e para o bem deles, que têm muito valor”, disse com emoção.Só como um pequeno exemplo da falta de condições e de atenção para com o seu grupo de trabalho, Paulo Alves referiu o facto de ser a única equipa do clube que joga no relvado, e apenas ali poder treinar uma hora por semana, enquanto a outra equipa que joga no pelado treina ali mais tempo. “É uma pequena amostra de muitas situações que se arrastam e com que eu não podia continuar a pactuar”, disse. O MIRANTE ainda falou com o presidente do Ferroviários, Vítor Ferreira que não quis entrar em grandes pormenores, garantiu que ainda não desistiu de convencer Paulo Alves a continuar. “Vamos reunir com ele e tentar convencê-lo a continuar”, referiu.No outro lado, o treinador do União de Tomar, Eduardo Fortes, habitualmente um homem calmo e correcto, mostrava-se bastante aborrecido, e não quis fazer grandes comentários, mas acabou por fazer uma pequena e forte declaração. “O União de Tomar nunca foi tão fortemente roubado como foi aqui hoje. É só o que digo. Façam vocês a análise ao jogo”.
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