O Ministério da Agricultura está disponível para estabelecer uma parceria com a Câmara de Coruche e dar o andamento desejado ao projecto do Observatório do Sobreiro e da Cortiça (OSC). Quinta-feira, após visita às obras onde ficará instalado aquele equipamento, na Zona Industrial do Monte da Barca, Coruche, o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Ascenso Simões, afirmou que o Governo está disponível para colaborar assim que o equipamento seja inaugurado. “O Governo está disponível para participar com a câmara numa parceria que dê a este Observatório um espaço de intervenção no global da política para o sector e para a fileira”, referiu o secretário de Estado, sem especificar no entanto que protocolo está disposto a acertar com a autarquia.O governante respondeu de forma positiva ao repto lançado pelo presidente do município. Dionísio Mendes garantiu que a obra do Observatório, assumida pela autarquia com o apoio de fundos comunitários, ficará concluída até final de 2008 (ver caixa). Será um local de excelência para a investigação, em parceria com produtores florestais, indústria, associações, Instituto Superior de Agronomia e universidades de Évora e de Trás-os-Montes, a par dos movimentos ecologistas e do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade.“Queremos a valorização do Estado no Observatório para que se dê continuidade a investigação como não existe no país. Este projecto deve ter visibilidade, afirmar as suas virtualidades e fazer também ver junto dos mais novos a importância do sobreiro e do montado para o país e para as exportações”, observou Dionísio Mendes. Já durante a apresentação do estudo “Inventário Nacional de Mortalidade do Sobreiro”, inserido no programa Vieira Natividade, de valorização dos montados, o secretário de Estado elogiou a fileira da cortiça. “Devemos apoiar as indústrias, a investigação, os produtores, a indústria numa perspectiva de novos produtos que está a desenvolver-se por si sem esperar subsídios do Estado”, constatou. Para o governador civil de Santarém a criação do Observatório segue uma estratégia de valorização de um produto e de uma região, na qual a estrutura florestal tem grande importância económica. “A melhor afirmação de cada uma das regiões é a valorização daquilo em que ela é diferente. Este projecto pode servir de complemento e de identidade até cultural para que, nesta terra, se afirme uma centralidade neste caminho”, sugeriu Paulo Fonseca.Com a presença do presidente da Autoridade Florestal Nacional e de diversos representantes distritais, o encontro serviu também para proceder à entrega do alvará de organização interprofissional florestal do Ministério da Agricultura à FILCORK - Associação Interprofissional da Fileira da Cortiça.Processo lentoA construção do Observatório do Sobreiro e da Cortiça atrasou-se devido a erros e omissões detectadas no decurso da obra por falhas no projecto. Em 24 de Outubro de 2007 a câmara rescindiu contrato com o empreiteiro por não poder avançar com a obra, que ficou parada durante vário meses. Em Abril de 2008 foi adjudicada a nova empresa e os trabalhos retomados. Em Agosto a câmara concedeu uma prorrogação graciosa de 51 dias para conclusão da empreitada, com prazo limite marcado para 31 de Outubro. Ficou também decidido que a empresa pagará multas por cada dia de atrasado na conclusão da empreitada, apesar de agora o autarca ter afirmado que os trabalhos estão concluídos até final do ano.