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Deputados do PS pedem investigação à actividade empresarial do presidente da Câmara de Mação

Deputados do PS pedem investigação à actividade empresarial do presidente da Câmara de Mação

Autarca diz “nada ter a esconder” e ameaça agir judicialmente perante as insinuações levantadas

Saldanha Rocha classificou requerimento dos deputados socialistas como "uma estúpida e miserável posição política de deputados que não conhecem o distrito que os elegeu”.

O presidente da Câmara de Mação, José Saldanha Rocha (PSD), diz que não tem “nada a esconder” afirmando-se ”totalmente disponível para colaborar em qualquer tipo de investigação”, reagindo a um requerimento entregue na Assembleia da República por quatro deputados do PS que pedem que a Inspecção Geral da Administração Local faça averiguações à actividade empresarial do autarca e aos processos de licenciamento de obras quer do autarca quer de familiares.O requerimento, subscrito por quatro deputados do PS eleitos por Santarém, entre eles o porta-voz do partido, Vitalino Canas, refere que "nos últimos tempos" há "sinais de crescente estupefacção em relação a iniciativas de investimento comercial em diversas áreas por parte do presidente da Câmara Municipal de Mação". "Circulam alegações de eventual ilícito criminal baseado no conhecimento antecipado de informação privilegiada e de um comportamento ético reprovável no que à capacidade de livre e equitativa iniciativa empresarial por parte dos munícipes diz respeito", refere este grupo de deputados socialistas.Ainda de acordo com os quatro deputados do PS eleitos por Santarém, há rumores de que "para licenciamentos municipais, quer do próprio [presidente da câmara], quer de familiares seus, estes vêm conhecendo prazos de aprovação bem mais céleres do que os demais em aprovação pelo município".Em causa, entre outras obras, está a remodelação do edifício onde abriu a loja AroMação, de que Saldanha Rocha é sócio, a construção de um telheiro em zinco no Beco de São Bento e a alteração de uma fachada na rua de São Bento. Os deputados socialistas querem saber quais os pareceres emanados pelo IGESPAR a obras que ficam dentro da zona de protecção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição."Em particular no último mês, o autarca em causa, que se assumiu em todas as notícias como autarca/empresário, promoveu uma investida editorial por vários órgãos da comunicação social local e regional, com vista a promover o seu mais recente investimento: uma loja, a que deu o nome de Aromação, a qual se destina, segundo afirma, 'a ajudar a promover, divulgar e vender aromas e sabores' da região", salientam os quatro deputados do PS.Saldanha diz que em democracia é a PGR que investigaEm resposta a este requerimento, Saldanha Rocha disse que “todos os investimentos da família tentam gerar mais desenvolvimento para esta terra e criam postos de trabalho ao contrário de pessoas ligadas ao PS que cá vêm buscar o que não lhes pertence ou tocar música celestial”. “Não tenho problemas de enriquecimento rápido ou ilícito ao contrário do Dr. Vitalino Canas que tem tido problemas com a Comissão de Ética”, afirmou.Segundo disse Saldanha Rocha, “enganam-se os senhores deputados quando pedem ao governo para investigar". "Isso era no tempo da ditadura, um tempo que estes indivíduos tanto criticavam mas que parecem ter tanta habilidade para o praticar. Porque não dirigiram os senhores deputados estas suspeitas que presumem fundamentadas a quem de direito?", questiona. “Hoje em democracia quem investiga é a PGR e eu estou totalmente disponível para colaborar em qualquer tipo de investigação. Sendo certo que também analisarei a possibilidade de eventual participação criminal contra estes senhores esperando que os mesmos não se escondam na conveniente imunidade parlamentar”, afirmou.Saldanha Rocha classificou este requerimento como "uma estúpida e miserável posição política de deputados que não conhecem o distrito que os elegeu e nomeadamente a credibilidade pessoal que tenho no meu concelho”. Acrescentou que, “apesar da política do ‘bota-abaixo”, vai “continuar a trabalhar e a investir, preocupado e empenhado em trazer mais pessoas e empresas para Mação, que confiram ao município mais qualidade de vida através do desenvolvimento social e económico”. “Tanto assim é que dia 1 de Novembro vou inaugurar mais um espaço comercial no centro histórico de Mação, na vertente dos têxteis e decoração para o lar, que dará pelo nome de ArruMação”, afirmou.PSD acusa socialistas de fazerem “insinuações miseráveis, vis e cobardes” O presidente da distrital de Santarém do PSD, Vasco Cunha, classifica como “insinuações miseráveis, vis e cobardes” as dúvidas sobre a actividade empresarial do presidente da Câmara Municipal de Mação” tornadas públicas por quatro deputados do PS eleitos pelo distrito.Vasco Cunha exige que os deputados do PS provem as suas afirmações ou que se dirijam aos tribunais e as fundamentem com dados concretos, acrescentando que “não se podem limitar a atirar com lama para cima do bom-nome das pessoas a coberto da imunidade parlamentar”.Em resposta, o deputado socialista Vitalino Canas disse que a reacção da distrital do PSD “só demonstra que o requerimento é justificado” e oportuno. “Não são insinuações, são dúvidas que temos e como tal, para as vermos esclarecidas, pedimos informação através de requerimento para aquilatar de determinado tipo de actuações e procedimentos por parte do referido autarca”, esclarece.Já Vasco Cunha diz que “talvez se perceba esta vergonhosa atitude no contexto das eleições autárquicas do próximo ano”. “Se assim for, trata-se apenas de mais um episódio na estratégia socialista para atingir Mação”, afirmou. “Por isso, faço um convite que é um desafio, manifestando a minha total disponibilidade para transportar estes quatro deputados queixinhas do PS ao concelho de Mação, onde nos últimos anos nenhum deles deve ter posto os pés”, afirmou. “Levo-os a Mação, sem precisar de utilizar o GPS, porque sei onde fica e conheço o concelho de Mação. Aproveitarei a oportunidade para lhes mostrar como é que o Governo do engenheiro Sócrates, que apoiam com óculos cor-de-rosa, há quatro anos não transfere um cêntimo do Orçamento de Estado para apoiar as IPSS, as escolas, as empresas, a câmara municipal ou investir na beneficiação das estradas”.
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