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Eleitos de Vila Franca pedem contas à pedreira da Mota-Engil em Trancoso

Eleitos de Vila Franca pedem contas à pedreira da Mota-Engil em Trancoso

Moradores da aldeia queixam-se do pó libertado pela extracção de inertes

Maria da Luz Rosinha exige celeridade na implementação das soluções acordadas. Empresa está disponível para colaborar mas reafirma que está a cumprir a lei.

Os responsáveis da pedreira da Mota-Engil, em Trancoso, São João dos Montes, continuam disponíveis para procurar soluções que minimizem os prejuízos causados pela extracção de inertes junto das suas habitações e quintas da aldeia. A intenção foi manifestada durante uma visita de eleitos da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e da Junta de Freguesia de São João dos Montes na segunda-feira, 27 de Outubro.David Simão, actual responsável da pedreira, garantiu que está a ser criada uma barreira arbórea para minimizar os efeitos da libertação das poeiras. A Mota-Engil plantou dezenas de árvores com espaçamento entre um metro e meio e dois metros e já têm mais 1500 árvores prontas para plantar. A presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha frisou que a reflorestação da pedreira deve criar uma barreira compacta e sem interrupções para impedir a passagem de partículas para a freguesia.Quanto à cobertura do britador, equipamento que parte a brita, o responsável da pedreira garantiu que a obra já foi adjudicada e deve começar no início do mês de Novembro. Os moradores queixam-se também que os camiões levam as poeiras nas rodas porque não cumprem com o acordado. David Simão disse à presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha, que todos os transportadores que levam material da pedreira são informados que têm que fazer sempre a rega da carga. O responsável prometeu reforçar o aviso.No caso dos rebentamentos que, segundo os moradores causam ruídos ensurdecedores e danos nas casas, ficou acordado que a pedreira colocará um sismógrafo para determinar se os rebentamentos provocam ou não vibrações e danos físicos nas habitações. O registo permite avaliar se a intensidade dos rebentamentos cumpre os limites autorizados.Comissão de acompanhamentocom moradores O executivo municipal aproveitou a visita à freguesia de São João dos Montes para agendar a reunião com o responsável da pedreira dias depois de ter sido formalmente constituída a comissão de acompanhamento que inclui autarcas, autoridade de saúde, moradores e representantes da pedreira. A constituição da comissão foi deliberada por unanimidade na reunião pública do município a 22 de Outubro, em São João dos Montes.A comissão vai acompanhar o processo de redução dos impactos negativos da pedreira. A Mota-Engil está disponível para colaborar mas garante que está a laborar dentro da lei. Situação confirmada por Paula Rocha, responsável pelo departamento que promove a qualidade ambiental na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. A técnica confirma que foi feita uma inspecção à pedreira em Agosto e não foi detectada nenhuma inconformidade grave, “apesar de existirem situações que devem ser corrigidas.”. Na inspecção participou o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR e técnicos da câmara e serviço municipal de fiscalização. Paula Rocha informou ainda que a Direcção Regional de Economia, entidade que licenciou a pedreira, também já fez várias visitas à pedreira e está a acompanhar a situação. Durante a visita de segunda-feira, a presidente Maria da Luz Rosinha vincou a necessidade da pedreira cumprir com o acordado e recordou que na última reunião com os responsáveis da pedreira, realizada em Agosto, “foram estabelecidos compromissos muito frágeis que não se concretizaram”. No entender da edil continuam a haver zonas que não são regadas porque os aspersores não estão bem direccionados. Também a mesa de comando não estava devidamente programada e o nível de água do tanque era muito baixo e não garantia uma rega em condições.A presidente da junta de freguesia de São João dos Montes, Anabela Bastos, alertou os responsáveis da pedreira de Trancoso para o aparecimento de fissuras no altar da capela de Trancoso, alegadamente, provocadas pelos rebentamentos da pedreiraMaria da Luz Rosinha solicitou urgência na resolução dos problemas colocados dadas as preocupações da população afectada. “Sabemos que os problemas não se resolvem de um dia para o outro mas temos que fazer um esforço conjunto para darmos alguma satisfação às preocupações pertinentes da população. A Comissão vai querer saber com regularidade o que está a ser feito”, concluiu a edil de Vila Franca.
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