A freguesia de Alhandra será uma das que vai crescer menos no concelho de Vila Franca de Xira nos próximos 10 anos. A proposta de revisão do Plano Director Municipal (PDM) prevê a construção de apenas 36 novos fogos, aconselhando uma aposta clara na regeneração das habitações existentes na parte antiga da vila. O crescimento da população previsto é na ordem dos 14 por cento (mais mil habitantes) até 2011, tendo como base os 7206 habitantes registados nos censos de 2001. Num debate com cerca de uma centena de participantes, realizado na noite de terça-feira, 28 de Outubro, na sede da associação de reformados, a presidente da câmara anunciou a criação de estímulos para a requalificação dos prédios devolutos e abandonados e para atrair mais pessoas para o centro da vila. Maria da Luz Rosinha (PS) frisou a redução do IMI e das taxas de licenciamento nos prédios com projectos de reabilitação na área crítica que vier a ser delimitada. A autarca considerou que depois de recuperados os imóveis - com parcerias que envolvam o município, investidores privados e os proprietários - devem ser colocados no mercado do arrendamento que pode ser uma oportunidade de negócio para os agentes imobiliários a sofrer uma crise com o decréscimo da venda de imóveis.Vítor Silva, antigo deputado municipal e empresário do sector imobiliário, reafirmou as vantagens da criação de uma sociedade de reabilitação urbana assente numa parceria público-privada e sustentada por um fundo de investimento imobiliário.Uma ideia que agrada à presidente da câmara que reconhece que “os proprietários não podem ficar sós neste processo”. População reclama equipamentosAutarcas e populares vincaram a necessidade da construção do novo centro de saúde, da biblioteca municipal, do centro cultural e do complexo desportivo do Alhandra Sporting Clube que integre as vertentes do futebol e dos desportos náuticos num terreno junto às piscinas e colado ao rio.O presidente do clube, Rodolfo Rebelo surpreendeu o executivo municipal ao anunciar que a associação não abdica do actual campo da Hortinha mesmo depois de ter um campo novo. O terreno é apetecido para interesses imobiliários e a interpelação motivou o desagrado da presidente da câmara que no final da reunião pediu explicações ao líder do clube e recordou que não foi esse o acordo que a câmara fez com a anterior direcção.Entre mais de duas dezenas de intervenções, não faltou a do vereador da Coligação Mudar Vila Franca. Rui Rei realçou que “sem perspectivas de expansão”, Alhandra terá que apostar na requalificação e o município deve criar um regulamento específico para definir o modelo de actuação nos processos de reabilitação. O autarca social-democrata sugeriu que a câmara invista na aquisição de casas antigas e as recupere para instalar algumas das mais de mil famílias carenciadas inscritas na numerosa lista de candidatos a habitação social. O presidente da junta de freguesia, Jorge Ferreira (PS) reconheceu o fracasso dos programas de reabilitação urbana ‘Reabita’ e ‘Reabilita’ e manifestou a expectativa de que o município encontre soluções mais eficazes para o plano de salvaguarda da zona antiga da vila. O autarca socialista disse estar preocupado com a eventual quadriplicação da linha-férrea que, a confirmar-se aumenta os constrangimentos da vila. Jorge Ferreira defendeu também novas acessibilidades como um acesso directo para os camiões que se dirigem à fábrica de cimento Cimpor, uma das referências da vila.Os alhandrenses manifestaram ainda preocupação com o abandono do património histórico e cultural. Augusto Sacadura pediu maior atenção no registo e preservação das memórias da vila e sugeriu a colocação de obras de arte, que remetam para o passado de 800 anos de história de Alhandra, na zona ribeirinha.A próxima sessão para debater o PDM do concelho de Vila Franca está agendada para sábado às 15h00 em Vialonga. Os interessados podem consultar a proposta nas juntas de freguesia, câmara municipal, delegações da câmara de Alverca e Póvoa e na Divisão de Planeamento e Ordenamento do Território que estão a funcionar em horário alargado das 09h00 às 20h00, até 11 de Novembro, data em que finaliza a consulta pública.Em simultâneo podem consultar o estudo de impacte ambiental e o traçado proposto para o comboio de alta velocidade que também vai atravessar o concelho. As propostas também estão disponíveis no sítio da câmara em www.cm-vfxira.pt.