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Rapariga de 14 anos morre trucidada por comboio depois de noite de diversão

Patrícia era a mais velha de sete crianças de família que vive em casa só com um quarto

A jovem saiu de casa às escondidas para ir divertir-se com duas amigas que ficaram feridas. Ninguém sabe ao certo porque se deu a tragédia.

Uma estudante de 14 anos morreu na madrugada de sábado, 22 de Novembro, trucidada por um comboio entre as estações de Alverca e Póvoa de Santa Iria. Patrícia Jacinto, aluna da Escola Soeiro Pereira Gomes de Alhandra, regressava a casa, em Alhandra, depois de ter ido passear com duas amigas, uma delas ficou ferida na sequência do acidente.“Foi uma tragédia que nos aconteceu. Perdemos a nossa menina”, refere a O MIRANTE com a voz embargada pela dor a mãe Helena Jacinto, enquanto estende a roupa dos seis filhos que a acompanham.Os pais de Patrícia Jacinto não encontram justificação para o sucedido. Na noite de sexta-feira, a filha deitou-se no quarto onde dormia com outros irmãos, ainda antes da meia-noite e depois de ter ajudado o pai. Foi o irmão João que deu pela sua falta quando a procurou debaixo dos lençóis e viu que no seu lugar estavam bonecos.Segundo o pai, Paulo Jacinto, a jovem terá saído de casa de madrugada sem que ninguém se apercebesse e passou a noite numa discoteca no Parque das Nações. Regressou a casa com duas amigas e a tragédia aconteceu quando circulavam junto à linha do comboio entre Póvoa de Santa Iria e Alverca.Não sei porque vieram a pé. Se calhar tinham bebido. Como é que podem vender álcool a meninas desta idade?”, questiona a mãe confortada por uma amiga.A notícia chegou cerca das 09h30 pela voz de um agente da PSP. Nesta altura já toda a família procurava saber do paradeiro de Patrícia.A estudante era uma filha dedicada e estava a tentar fazer o 9º ano para ir trabalhar em jardinagem e ajudar a sustentar a família que vive dum salário de 490 euros que o pai ganha na construção civil. “Era a minha segunda mãe. Vai fazer-me muita falta”, diz João, o segundo filho do casal. Alheios à dimensão da tragédia, os irmãos brincam na frente da modesta habitação no Bairro dos Avieiros. “Nesta casa, neste estado, vivem nove pessoas”, explica uma vizinha que pede apoio social para a família. “Ainda não apareceu ninguém da câmara nem da segurança social”, lamenta. O funeral de Patrícia realizou-se na segunda-feira, em Alhandra.Vestidos de luto, os pais de Patrícia aguardam mais explicações das amigas que sobreviveram ao acidente. Uma das raparigas, com 12 anos, ficou ferida, mas ja teve alta e a outra em estado de choque terá, segundo os pais de Patrícia, abandonado o local onde viu a amiga morrer.

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