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Fabricar artesanato para combater a crise

Fabricar artesanato para combater a crise

Associação de Alhandra quer apoios para profissionalização de artesãos

Unidos em grupos ou em nome individual, os artesãos do concelho contam com dons artísticos para obter um complemento monetário em tempo de crise.

O artesanato pode ser uma arma no combate à crise. Quem o diz é Dulce Domingos, presidente da Associação de Artesãos de Alhandra, para quem “tudo o que seja uma forma de trabalho permite às pessoas combate à crise financeira”. A artesã e dirigente associativa lamenta que a procura de produtos de artesanato “seja das primeiras a sofrer com a situação” mas admite que “por mais rudimentar que sejam, as receitas da venda dos produtos também ajudam as pessoas a suportar a perda de poder de compra”. Especialidades como a doçaria ou as compotas regionais vão tendo venda garantida, enquanto as rendas ou azulejaria sofrem com a retracção do mercado.“As pessoas vão às feiras, olham para as bancas, mas é difícil comprarem. Só o fazem quando gostam muito de algum produto ou porque têm uma prenda para dar e optam por essa solução”, relata a responsável. Dulce Domingos considera que “o artesanato tradicional e urbano tem de ser estimulado”. O Estado, defende a artesã, deve “fornecer uma mais-valia de formação aos artesãos da região para que possam criar os seus pólos de comércio e formação”. Para ajudar os artesãos, a associação vai dar início em Fevereiro a uma série de cursos e ateliers de cerâmica, azulejaria e baínhas abertas. As receitas revertem em exclusivo para os formadores, que assim podem manter a sua actividade. Em Vialonga, a formação interna de artesãos e artistas já decorre há dois anos. Isabel Mota, dirigente da Secção Cultural do Grupo Desportivo de Vialonga, foi umas das responsáveis pela troca de experiências aberta ao público, mas entre artesãos. A seccionista, também poeta, já foi aluna assídua de vários colegas da secção.O grupo Artistas das Artes, que integra a secção cultural, promove ateliers em que os artesãos e artistas da colectividade têm a oportunidade de ensinar ao público a sua especialidade, sendo remunerados pelas aulas. Para os membros da secção, muitos deles também artesãos, a frequência das sessões é gratuita, estimulando a troca de experiências. Entre os membros do grupo, há quem dê aulas, aprenda e participe em certames colectivos mas também em nome individual. Adelaide Forte, 60 anos, pinta em vidro e expôs no último sábado na sala de troféus do clube, com vários colegas. A artesã também já ensinou a outros colegas as suas especialidades, aprendendo outras com eles. O resultado é o aumento do leque de artes em que é possível trabalhar com confiança, obtendo compensações financeiras. A artesã considera que a crise financeira “faz-se sentir, mas com a oportunidade de expor e vender num local vários dias consecutivos, como na galeria da junta de freguesia, num mês pode conseguir-se um complemento monetário muito útil”.
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