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Poetas que escrevem no telemóvel e que se inspiram na política

Poetas que escrevem no telemóvel e que se inspiram na política

Tertúlia da Secção Cultural do Grupo Desportivo de Vialonga volta a reunir amantes da arte

Os poetas de Vialonga reuniram-se em tertúlia no domingo à volta das palavras. O quotidiano e a política inspiram os amantes da poesia que à falta de bloco de notas chegam a recorrer ao telemóvel.

David Gomes é o mais jovem poeta da tertúlia da Secção Cultural do Grupo Desportivo Vialonguense (GDV), que reuniu mais uma vez no domingo. No encontro cada poeta recitou poemas de sua autoria. David Gomes escolheu declamar poemas sobre a quadra natalícia. Mas não é só o Natal que inspira o poeta. Escreve sobre o que lhe vai na alma e não nega que depende sempre do seu estado de espírito conseguir ou não fazer poesia. A imaginação é que manda. “Há poucos dias fui ao Norte e inspirei-me na bonita paisagem que estava a vislumbrar. Como não tinha nenhum bloco de notas, nem nada onde pudesse anotar, escrevi no telemóvel à pressa para não perder a ideia”, conta o jovem armazenista. A poesia entrou na sua vida por acaso. Um dia encontrou um bloco de notas antigo que pertenceu ao seu pai. Lá dentro estavam registados vários poemas. Foi depois de os ler que se começou a interessar e desenvolveu a arte.Todos os seus poemas são depois transcritos em pequenos cadernos onde tem tudo organizado. Uma forma de se orientar quando conseguir realizar o seu maior desejo: publicar um livro só com poemas seus. Já publicou dois poemas com o grupo da Tertúlia do GDV, mas quer um só seu. “Primeiro tenho que alcançar estabilidade financeira para poder dar esse passo”, explica a O MIRANTE durante o encontro.Ao contrário do que aconteceu com David Gomes a poesia só entrou na vida de Francisco Bordalo já depois de reformado. Sempre gostou de ouvir e ler poesia mas nunca tinha tentado fazê-lo. Apesar de considerar que o seu pai foi o maior poeta da Vidigueira (vila do concelho alentejano de Beja).Escreve apenas quando está sozinho e, confessa que, muitas vezes sente falta do bloco de notas. É na adega ou no sótão de sua casa que se sente mais confortável para escrever. Faz poesia sobre a vida, mas com muito destaque para os erros que se cometem na política. “Se for a contabilizar acho que a maioria dos meus poemas são sobre política. Quando não concordo com alguma medida ou decisão coloco os meus pensamentos no papel”, confessa.Isabel Mota descende de uma família de poetas populares. O avô e o tio maternos faziam poesia e foi essa ligação que a levou para o mundo dos versos. Começou a escrever ainda em criança onde colocava em papel o seu sentimento amoroso pelos namorados. “Era, e ainda continua a ser, uma forma de libertar emoções”, explica a O MIRANTE momentos antes de recitar os seus poemas.Parou de escrever quando casou e voltou a fazê-lo há cerca de cinco anos. Prefere uma poesia irónica onde tem a ousadia de dizer o está mal na sociedade. Diz ter um olho perspicaz. Escreve sobre o que a rodeia, a sociedade e tem a rara capacidade de criticar a si própria. “Escrevo para tentar melhorar o que acho que não está certo. Nem sempre consigo mas vou tentando”, afirma.
Poetas que escrevem no telemóvel e que se inspiram na política

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