Moita Flores declara guerra à presidente da CCDR Alentejo
“Essa senhora vai-me ter à perna sem piedade”, declarou o autarca na Assembleia Municipal de Santarém
O autarca acusa Maria Leal Monteiro de ser "comissária política" do PS alentejano, “que é quem lhe garante o lugar”.
O presidente da Câmara Municipal de Santarém acusou sexta-feira a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo de ser "comissária política dos interesses do Partido Socialista do Alentejo, que é quem lhe garante o lugar", privilegiando essa região em detrimento do Vale do Tejo. Francisco Moita Flores (PSD) falava na reunião da Assembleia Municipal de Santarém depois de ter sido abordada, no período de antes da ordem do dia, pelo deputado municipal Nuno Serra (PSD), a questão da reprovação, por duas vezes, de candidaturas da autarquia a fundos comunitários para a regeneração urbana da cidade. "Não me calarei para denunciar esta situação", disse Moita Flores, acrescentando em tom exaltado: “Como não sirvo nem servos nem patrões não tenho dúvidas nenhumas que essa senhora me vai ter à perna sem piedade”.Sublinhando que Santarém teve duas candidaturas reprovadas, uma delas inscrita no plano de contrapartidas negociado com o Governo no âmbito da decisão de não construir o aeroporto na Ota, Moita Flores afirmou que os quatro municípios da Lezíria abrangidos por esse plano - Santarém, Cartaxo, Rio Maior e Azambuja - já tiveram uma reunião com o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que prometeu intervir. “É um problema de compadrio político-partidário que visa privilegiar uma região em detrimento de outras”, disse ainda Moita Flores deixando críticas implícitas a alguns autarcas socialistas do Ribatejo que também viram recusadas as candidaturas dos seus municípios na CCDR Alentejo.Recorde-se que no dia 6 de Dezembro, a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) reuniu o seu Conselho Geral para analisar um relatório que aponta para uma taxa de reprovação das candidaturas das empresas da Lezíria ao Programa Operacional Regional do Alentejo da ordem dos 79 por cento.Em reacção, a comissão directiva do Programa Operacional do Alentejo (INALENTEJO) afirmou "não encontrar justificação" para a tomada de posição da NERSANT, alegando que a Lezíria, com os seus 11 municípios (num total de 58 abrangidos), é "uma parcela de um conjunto mais vasto", não sendo as duas realidades "comparáveis". O MIRANTE pediu uma reacção às declarações de Moita Flores, que não chegou até ao fecho desta edição.
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