Do passo doble é um salto até ao clássico de Natal - “White Christmas”. A seguir breve incursão pelo universo dos Beatles e Supertramp. E, de repente, uma coisa completamente diferente: Santana. A fazer uma sala aplaudir de pé na tarde de domingo, no velho salão do Grémio da Póvoa de Santa Iria, uma colectividade com 119 anos de vida. Sara Ribeiro levanta-se várias vezes durante o concerto de Natal da banda da casa para apresentar os temas do repertório do grupo. Tem a música na ponta dos dedos. Com a leveza dos dezoito anos vai intercalando a flauta transversal, com o flautim e um sorriso para o camarada da frente. Nada que perturbe a concentração da jovem estudante do sexto ano do Conservatório Nacional de Música, residente no Forte da Casa. Começou a aprender música em Alverca. O seu sonho era o violino, mas teve que optar por um instrumento de sopro. Agora não trocaria por nada o encanto da flauta - música para projectar os seus sonhos desde os dez anos de idade. Foi uma aprendizagem ao seu ritmo que lhe facilitou a entrada no conservatório. É aluna do 12º ano e se pudesse gostava de integrar um orquestra sinfónica. Quer fazer da arte o seu modo de vida. Levar a música, na ponta dos dedos, aos quatro cantos do mundo.Ana Santiago