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Moita Flores vai editar novo romance e um livro sobre investigação criminal

Moita Flores vai editar novo romance e um livro sobre investigação criminal

Escritor e autarca edita pela primeira vez no mercado internacional antes do nacional

O novo romance de Francisco Moita Flores vai ser publicado pela primeira vez em língua estrangeira antes de chegar ao mercado português. O livro deverá ser lançado em Itália no próximo mês de Abril e conta uma história de polícias e mafiosos numa prosa cada vez mais poética.

Dois anos depois do êxito de A Fúria das Vinhas, livro que esteve no top de vendas nas livrarias portuguesas durante muitos meses, Moita Flores vai regressar com um novo romance. A grande novidade reside no facto de este ser o primeiro livro de Francisco Moita Flores a ser publicado em língua estrangeira antes de ser publicado no mercado português. O novo livro vai ter edição em língua italiana e inglesa. Quanto à edição em português só deverá acontecer lá para 2010 e ainda não é certo que Moita Flores publique na sua actual editora em Portugal, a Companhia das Letras, que também está a reeditar alguns dos seus livros desde há muito tempo esgotados no mercado.O novo livro de Francisco Moita Flores conta uma história de polícias e mafiosos. Moita Flores foi atrás da história da família do senhor Salvatore Kapra, pai de grande realizador de cinema Frank Kapra, e Vito Cascio-Ferro, um dos grandes mafiosos da época, que enriqueciam com o contrabando de mercadorias para a América. O novo romance de Francisco Moita Flores nasceu a partir de um ensaio escrito por António Duarte sobre o facto de Frank Capra e Vito Cascio-Ferro serem naturais de Bisacquino, na Sicília. Um ensaio que revela como na mesma terra nasceram duas figuras tão importantes para a América. Para o bem e para o Mal. Moita Flores constrói assim uma história que se lê de um fôlego, que nos agarra da primeira à última página, com sangue, morte e raiva pelo meio, mas também com muita emoção, liberdade, sonho e paixão.Joe Petrosino, chefe de uma brigada de polícia de Nova Iorque é o herói do romance. É ele que personifica a ideia que Moita Flores desenvolveu para criar esta história feliz da família Kapra, emigrantes bem sucedidos. Uma história ao mesmo tempo dramática, principalmente para Joe Petrosino e alguns dos seus agentes que acabaram mortos às mãos da máfia siciliana, heróis que trocavam a vida em família pela defesa da vida, da honra e da dignidade das famílias dos outros. Mike Pinderello é o personagem que Moita Flores inventou e escolheu para conduzir a história deste livro. Um detective que a meio da vida deixou de investigar os crimes da Máfia e, zangado com o mundo dos bandidos, resolve começar a percorrer os Estados Unidos vendendo a sua arte de fotógrafo e encharcando-se na bebida e nas tristes recordações da sua vida de polícia. O livro começa com um capítulo que dá todo o sentido ao romance. É lá que vamos começar a descobrir o grande encanto do livro e da história que Moita Flores nos conta, depois de nos sentar, com as palavras de meia dúzia de páginas, numa sala de espectáculos a ouvir ópera ao lado do polícia Joe Petrosino, numa ambiente musical por onde haveriam de passar também os mafiosos desse tempo, igualmente rendidos aos milagres das sinfonias.“Pouco aprendi sobre o amor depois de tanto caminho andado. A minha vida tornou-se num rasto de sangue e morte. De sofrimento e pranto. Quase todos os dias vou à morgue e só ao domingo vou à igreja. Uma vida ao contrário (..)”. Já vamos a meio do livro quando Joe Petrosino confessa os desacertos da sua vida de maneira brutal e cruel que o trouxeram de Itália para a América sonhando ser tenor e acabando polícia, vivendo “sempre com o olhar inundado de cadáveres” ( : )  sentido nas palavras de conforto que dirigia às viúvas e aos órfãos mortos, actos “administrativos”, “uma mão cheia de lugares comuns porque a vida de polícia banaliza o sofrimento”. O novo romance de Moita Flores lê-se de um fôlego. Tem cerca de 250 páginas. Não há palavras a mais nem verbos de encher na sua prosa cada vez mais poética como faz prova o texto deste novo livro.O novo livro de Francisco Moita Flores não é só uma história de polícias e mafiosos. É acima de tudo uma história de amor. Um livro sobre uma época. Um romance escrito numa linguagem poética, como sempre se escreveram e hão-de escrever os bons romances. Um drama roubado à vida daqueles que no espírito da sua missão vivem a correr. E são os melhores quanto mais correm e sabem correr. “E para quê? Para chegarmos à morte mais depressa”. O MIRANTE soube junto da editora de Moita Flores que o livro deverá ser lançado ao público em Abril, devido ao facto de Moita Flores ter desrespeitado todos os prazos para a entrega do original. Neste momento a RAI, televisão pública italiana, prepara uma reportagem e entrevista com Moita Flores para mostrar a sua vida de autarca e escritor.Aproveitando a embalagem da publicação deste romance Francisco Moita Flores vai publicar também ainda este ano um livro de ensaio sobre investigação criminal. O livro, que vai ser publicado pela Companhia das Letras, reúne vários trabalhos científicos que foram escritos ao longo dos últimos anos para revistas da especialidade.
Moita Flores vai editar novo romance e um livro sobre investigação criminal

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