Presidente da Câmara de Vila Franca quer municípios a decidir sobre toiros de morte
Fórum Mundial da Cultura Taurina com forte representação ribatejana
Maria da Luz Rosinha e Francisco Moita Flores levaram os exemplos de Vila Franca e Santarém ao encontro com especialistas de onze países. O maestro Vítor Mendes encerrou o fórum mundial.
A presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha (PS) defendeu na quinta-feira, em Angra do Heroísmo, Açores, que devem ser os municípios a decidir sobre os toiros de morte e todas as práticas taurinas. A autarca foi um dos oradores no Fórum Mundial da Cultura Taurina que decorreu de 28 a 31 de Janeiro na Ilha Terceira.A edil insistiu na ideia de que a proximidade de quem decide é uma mais valia por conhecer a realidade das tradições da região e apontou o exemplo de Vila Franca como uma cidade taurina onde faz todo o sentido haver a corrida integral, com a morte do toiro na arena, como de resto já aconteceu. A última corrida de morte foi em 1977 com José Júlio, António de Portugal e Rayito da Venezuela e está gravada em DVD numa reportagem do cineasta Francisco Rocha.A propósito da lide dos toiros de morte, o investigador científico, Juan Carlos Illera del Portal, referiu que o toiro é um animal com uma anatomia e morfologia únicas. Deixa de sentir dor após as primeiras estocadas e a sua agressividade cresce ao longo da lide. O especialista, fez questão de frisar que não é aficionado, viu quatro corridas de toiros mas não aceita ficar calado perante a ignorância dos que se insurgem contra a festa em nome da defesa do animal e contra o sofrimento alegadamente causado pelos cavaleiros e matadores. O conceituado universitário espanhol adiantou ainda que o toiro sente mais stress no transporte para o matadouro após a lide do que na arena pelo que a morte na arena significa menos sofrimento.O presidente da Câmara de Santarém criticou os fundamentalismos contra a festa brava e reclamou mais atenção do poder central para a cultura taurina. Francisco Moita Flores referiu que os políticos com poder de decisão não dão a devida atenção ao fenómeno da festa dos toiros e criticou o desperdício de uma oportunidade de promoção e valorização do país. O autarca levou ao fórum o exemplo de Santarém onde foi possível atrair milhares de aficionados com uma política de promoção da festa a preços acessíveis. Nas corridas organizadas pelo município houve bilhetes a partir de cinco euros para cartéis de peso.O matador de toiros Vítor Mendes teve a honra de ler as conclusões do Fórum Mundial. O maestro de Vila Franca de Xira relembrou a força da desta dos toiros em vários pontos do mundo e apelou à união dos aficionados na defesa da festa que considerou “um rito milenar apreciado por milhões de pessoas”.O encontro contou também com a intervenção do fadista António Pinto Basto a defender a festa dos toiros e toda a cultura à sua volta. O fórum organizado pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense reuniu especialistas de 11 países incluindo autarcas, deputados, magistrados, toureiros, ganadeiros e empresários que têm em comum o gosto pela festa dos toiros.
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