PSD/Oeste considera “surreal” chumbo de traçados
A distrital da área Oeste do PSD contestou esta semana o parecer desfavorável dado pelo Ministério do Ambiente aos três traçados propostos para o IC11, entre Torres Vedras e Peniche, considerando a decisão “surrealista” e “excessiva”.“Acho lamentável e surrealista que nenhum dos três traçados sirva. É excessivo”, reagiu o presidente da distrital Oeste do PSD, Lélio Lourenço.O social-democrata considera fundamental “conciliar os valores ambientais com o desenvolvimento económico” que esta via iria trazer à região, dando o exemplo do que aconteceu com a A10, em Arruda dos Vinhos, onde foram encontradas as soluções técnicas para estabelecer o mesmo equilíbrio e executar a obra.O Ministério do Ambiente deu parecer desfavorável ao traçado do IC11, Torres Vedras/Peniche, por afectar "extensas áreas agrícolas" em solos valiosos onde se concentram várias explorações hortícolas.Lélio Lourenço recorda que todos os autarcas do Oeste sempre se debateram pelo IC11, por ser uma obra de “interesse supra municipal” e “absolutamente decisiva há mais de 10 anos” para a região.Trata-se de uma via que “aproxima o litoral do interior e que tem a capacidade de escoar os produtos”, justifica.“Não se pode dizer que a região não precisa da obra quando a Lourinhã está a 15 quilómetros da A8”, acrescentou o social-democrata, contrariando os argumentos do Ministério do Ambiente.O PSD/Oeste aguarda esclarecimentos do Governo e prefere continuar a acreditar que o chumbo aos traçados não passa de um “acidente de percurso” e que o Governo vai “cumprir a palavra” face ao que assumido no Plano de Acção do Oeste.A Declaração de Impacte Ambiental (DIA), emitida a 21 de Janeiro, refere que, apesar de a melhoria das acessibilidades ser uma das justificações para avançar com a nova ligação "estas são já asseguradas pelo IP6, em Peniche, pelo IC1 (A8) em Torres Vedras", enquanto a Lourinhã fica apenas a 15 quilómetros da A8. Da avaliação do projecto do IC11, que se desenvolve "numa região com uma fortíssima componente agrícola com a presença de extensas áreas de pomares, bem como vinhas e produtos hortícolas", resultou que qualquer das soluções propostas afectaria áreas agrícolas (cerca de 100 hectares) e extensas áreas de solos classificados como RAN (Reserva Agrícolas Nacional).
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