O aparelho é semelhante às novas caixas self-service dos supermercados, mas pelos infra-vermelhos só passam resíduos sólidos urbanos. O compostor virtual, que explica como sobrepor, num terreno, resíduos vegetais para obter adubo natural é um das máquinas de jogos virtuais incluídas na iniciativa “Resíduos em Movimento”, que passou na última semana por Vila Franca de Xira. As cabeças dos alunos, curiosos, juntam-se em volta das máquinas e das simulações virtuais. Os módulos interactivos elaborados pela Valorsul, que ensinam num espírito de jogo como separar papel, cartão, plásticos e embalagens, entre outros desperdícios receberam a visita de dezenas de alunos do concelho. Entre os visitantes estavam as alunas do curso profissional de técnico auxiliar de infância da Escola Secundária Reynaldo dos Santos. Lurdes Cavaleiro, uma das professoras da turma, achou curiosa a coincidência entre a iniciativa e o período reservado às aulas sobre ecologia nos currículos escolar. “Aproveitámos o convite feito pela câmara municipal para visitar a iniciativa. Vamos ver que movimento é possível dar aos resíduos”, brincou a docente. Os jogos de computador e as explicações deixaram nos visitantes a vontade de manter hábitos ecológicos. Catarina Figueiredo, anos, considera que no processo de sensibilizar as pessoas para a reciclagem “há dificuldades, mas nada é impossível”. A aluna considera que “o que falha mais na reciclagem é a separação do lixo em casa. As pessoas não têm noção de onde colocar cada tipo de resíduo”, considera a jovem. A visita à exposição interactiva serviu também para corrigir velhos hábitos. Francisca Palha, 18 anos, assume não reciclar em casa, mas pensa em alterar a situação. “Colocamos o lixo num depósito na nossa quinta, por não termos um ecoponto próximo. Se os meus pais quiserem as coisas podem mudar”, explica a estudante. O tema da reciclagem conseguiu a trair a sua atenção. “Quando se falha de reciclagem é sempre um assunto desinteressante. Aqui é mais interactivo, nunca tinha visto máquinas deste género”. Para Ricardo Ramos, um dos “guias” que coordenam a visita dos alunos à exposição, são habituais os olhares de entusiasmo. Ao final do primeiro dia, após a visita de seis turmas de escolas do concelho, o técnico olha satisfeito para os resultados da sensibilização. “As justificações apresentadas por quem tem ecopontos em casa podem ser resolvidas com um telefonema para a Valorsul, pedindo a colocação de um ecpoonto no local. Para quem está longe, basta passar de carro por um ecoponto próximo, a caminho do trabalho”, refere. Reciclar, acrescenta, “deve ser uma obrigação de todos, para garantir que o nosso planeta seja sustentável”. A exposição interactiva “Resíduos em Movimento“ terminou a 5 de Fevereiro, pelas 19h00, a sua passagem por Vila Franca de Xira. A próxima paragem é o parque o Alvito em Lisboa. Os cinco principais erros de quem reciclaReciclar nem sempre significa fazê-lo bem. Os assistentes da Valorsul esclareceram algumas dúvidas e enganos comuns de quem recicla mas ainda quer melhorar.1. Não lavar pacotes de leite para colocar no ecoponto. As embalagens devem ser espalmadas e depositados no ecoponto sem lavar. A água utilizada constitui um desperdício evitável. 2. Colocar embalagens com revestimento interior de alumínio no embalão. As embalagens que tenham revestimento de papel ou plástico, devem ser sempre colocadas no embalão, e não no papelão. O alumínio do interior dos pacotes de leite e de sumo deve ser reciclado, colocando os recipientes no embalão. 3. Não depositar embalagens de aperitivos e outras que contenham gorduras, embalagens de plástico que tenham contido gorduras (margarina, manteiga e banha, cosmética gordurosa) embalagens de plástico que tenham contido produtos tóxicos ou perigosos combustíveis e óleo de motor) pilhas, baterias, talheres, tachos e panela, electrodomésticos, borrachas, couro, seringas, carpetes. 4. Depositar as pilhas e baterias no pilhão. Deixá-las no lixo expõe o solo aos químicos, que com o tempo, vão escorrer com a sua erosão.