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Jovens cada vez mais afastados da vida associativa de Vale do Paraíso

Jovens cada vez mais afastados da vida associativa de Vale do Paraíso

Dirigentes lamentam afastamento dos mais novos de cargos directivos

As associações de Vale do Paraíso, concelho de Azambuja, estão a atravessar um vazio directivo. Os jovens não ligam à vida associativa e os actuais presidentes de direcção estão cansados. Os desabafos surgiram no dia da inauguração da Casa Colombo, que servirá de sede social a duas colectividades.

O dia foi de festa com sabor agridoce para duas colectividades da freguesia de Vale do Paraíso, concelho da Azambuja. Se por um lado ganharam uma sede social reclamada há longos anos, por outro os dirigentes lamentam a falta de interesse dos mais novos pela vida associativa.Tanto no rancho folclórico como na associação de caçadores de Vale do Paraíso o lamento dos presidentes de direcção é igual: faltam jovens com gosto e dinamismo. Os mais velhos estão cansados e temem pelo futuro das colectividades que dirigem porque não há ninguém que os queira substituir. Palavras de desânimo que O MIRANTE escutou no dia em que a Casa Colombo foi inaugurada pelo presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos.“A nova sede é motivo de um grande orgulho, há muitos anos que lutávamos por ela, mas hoje em dia é complicado arranjar pessoas que se queiram comprometer na direcção e isso é muito triste”, lamenta a actual presidente da direcção do rancho folclórico, Maria Gonçalves. Para o presidente da direcção da associação de caçadores, que reúne mais de 150 elementos, vivem-se “dias tristes” quando “cada vez está mais difícil encontrar gente jovem para gerir estas casas”, refere Garcia Rodrigues. “Vou cá andar até poder, depois não sei o que acontecerá”, desabafa.A inauguração da Casa Colombo, em Vale do Paraíso, coincidiu com as celebrações do 25 de Abril e por isso teve honras de arruada pela banda de música da Associação Desportiva e Recreativa “O Paraíso”, seguido de almoço de convívio, actuação de ranchos e baile à antiga. O edifício agora recuperado ficou celebrizado por ter sido o local onde D. João II concedeu uma audiência a Cristóvão Colombo quando este regressou da descoberta do Novo Mundo, em 1493. A partir de agora é a sede social da associação de caçadores e do rancho folclórico de Vale do Paraíso. A casa acolhe também uma exposição dedicada à vida e ao percurso de Colombo, partindo da sua ligação a Vale do Paraíso.A casa foi alvo de recuperação pela autarquia, proprietária do espaço, através da Empresa Municipal de Infraestruturas de Azambuja, com um custo que rondou os 125 mil euros. Para o presidente da Câmara Municipal da Azambuja, Joaquim Ramos, o novo espaço cultural permite à população da freguesia adquirir um melhor conhecimento das suas raízes históricas e culturais. Carlos Oliveira, um dos fundadores do rancho folclórico, estava “sem palavras” no dia da inauguração. “Sinto um grande orgulho nesta sede. Ajudei a fundar o rancho em 1983 e andámos num armazém a ensaiar durante muitos anos, sempre a pular de sítio em sítio e finalmente podemos ter um espaço próprio”, refere. Na casa Colombo fica patente uma exposição sobre o navegador, intitulada “O mundo moderno também começou aqui no século XV”, centrada na audiência de Cristóvão Colombo. Ao visitante é oferecida uma perspectiva da evolução do conhecimento e representação do mundo, desde a antiguidade ao presente, focalizada no tempo em que as descobertas de Colombo desafiaram mapas e preconceitos da igreja. Os interessados em visitar a exposição devem solicitar a visita na Junta de Freguesia de Vale do Paraíso. Quanto às visitas de grupo, apenas nos serviços da Câmara Municipal da Azambuja.
Jovens cada vez mais afastados da vida associativa de Vale do Paraíso

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