uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Libertário Manuel Serra d’Aire

Libertário Manuel Serra d’Aire

Partilho do teu entusiasmo pelo candidato que o PS de Santarém escolheu como candidato à câmara. Eu digo escolheu, mas lê isso como um eufemismo: o pobre do professor Carmo não foi escolhido. Foi atirado às feras numa altura em que o partido está na mó de baixo em Santarém e em que a maior preocupação de muitos dos seus militantes é perder por poucos para o Moita Flores. É a velha história que se perde no fim dos tempos: uns comeram a carne em época de vacas gordas, ao António Carmo resta roer os ossos, porque outros roeram a corda e não quiseram ser bombos da festa. O candidato socialista é simpático e boa pessoa, mas isso só não chega. Candidata-se a ser uma espécie de Paulo Bento que vai garantindo os serviços mínimos da equipa mas sem nunca alcançar o título de campeão. E a verdade é que até o risco ao meio no cabelo é parecido. Por isso, o segundo lugar deve estar garantido. Virando a agulha. Há qualquer coisa de disléxico na actuação do Estado relativamente a muitas estações de caminho de ferro da região. O fenómeno é estranho. Primeiro recupera-se uma série delas. Depois fecham-se os serviços ali existentes. As de Lamarosa e Vale de Santarém são dois bons exemplos. Numa, os utentes queixam-se. Noutra o fogo deu conta do recado e daquilo que os homens deixaram. A CP ou a Refer, ou melhor dizendo o Estado (com o dinheiro dos contribuintes), seguiu a mesma linha mórbida de algumas civilizações que maquilham e enfeitam os cadáveres antes de os meterem debaixo da terra. Assim está o nosso Estado: pinta as paredes, moderniza as instalações e fecha-lhes as portas. Há gente internada em hospícios por muito menos. De pé ó vítimas da fome, porque de subnutrição ninguém vai morrer neste nosso Portugal. É admirável como de repente começaram a surgir livros que nos ensinam a poupar na alimentação e a confeccionar verdadeiros pitéus para toda a família com meia dúzia de euros. Mas há dois pontos que ficam por explicar. Em primeiro, parece-me um desperdício dar esses conselhos em livro, quando se sabe que os portugueses são tão atreitos a leituras como os pinguins são aos calores dos trópicos. Em segundo, não me parece que o público-alvo, mesmo que surpreendentemente gostasse de ler, esteja disposto a gastar os cêntimos que lhe resta na compra de um livro cujo preço equivale a três quilos de entremeada e meia dúzia de pacotes de arroz. A não ser que o livro fosse comestível.O jornalista João Malheiro esteve em Constância recentemente e garantiu que o futebol feminino está minado de lésbicas. Não sei como é que o arguto cavalheiro descobriu essa realidade. Na minha perspectiva puramente machista, seria preocupante ter tanta mulher a dar para o lado do inimigo se não fosse o caso de a maioria das futebolistas serem uns autênticos trambolhos. Assim, do mal o menos, o que desejo é que aquelas que me elevam a testosterona, como as cheerleaders, não se ponham a dar pontapés na bola. Há desportos mais excitantes e sadios e eu posso dar-lhes alguns exemplos caso não se lembrem de nenhum.Saudações desportivas do Serafim das Neves
Libertário Manuel Serra d’Aire

Mais Notícias

    A carregar...