
Vinhos da região com fraca notoriedade a nível nacional obrigam a repensar marketing
CVR aposta na mudança de nome Ribatejo para Tejo na tentativa de criar um novo dinamismo
Só dez por cento dos vinhos da região são certificados e no mercado fora do Ribatejo a quota de vendas não vai além de um por cento, apesar dos néctares classificados como regionais estarem presentes em 86 por cento das superfícies comerciais.
Apesar do vinho regional Ribatejano, que passou a designar-se por “Vinho do Tejo”, estar presente em 86 por cento do comércio a retalho em todo o território nacional, os consumidores preferem comprar vinhos de outras origens como o Douro, Alentejo e vinhos verdes. Fora do Ribatejo a quota de vendas destes vinhos certificados é de um por cento. Os dados da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVRT) referem também que a identificação geográfica “Ribatejano” não é conhecida a nível internacional pelos consumidores nem pelos profissionais do sector. Para o presidente da CVRT, José Pinto Gaspar, “a região tem uma falta de imagem e notoriedade no exterior” e por isso justifica-se uma mudança de nome de “Ribatejano” para “Tejo” porque é uma designação mais curta, mais fácil de pronunciar e memorizar. Além desta alteração provocar o reconhecimento, por parte dos consumidores, do dinamismo que está em marcha em relação aos vinhos da região, José Pinto Gaspar justifica ainda que a mudança da designação Ribatejo para Tejo tem por base o facto dos rios serem referências naturais que “funcionam bem para designar regiões produtoras de vinhos”. E dá como exemplo Douro, Dão, Sado, Loire, Reno, Napa…Perante esta nova estratégia a CVRT tem como objectivos principais passar a funcionar em íntimo relacionamento com os operadores económicos da região, fazendo deles parceiros de negócio, colaborando e ajudando nas tarefas de promoção dos seus vinhos. Outra prioridade é minimizar a imagem da CVR como mero organismo fiscalizador. Pretende também criar mecanismos de controlo dos produtos quando estes entram nos canais de distribuição e “penalizar de forma severa os infractores que contribuam para o descrédito da qualidade e imagem dos vinhos da região”. No entender de José Pinto Gaspar os produtores têm que apostar na certificação dos seus vinhos como regionais ou DOC (Denominação de Origem Controlada), lembrando que 90 por cento dos vinhos produzidos na região não têm qualquer certificação. E só três por cento de todos os vinhos feitos na região são exportados. O presidente da CVRT considera que o aumento da certificação torna o sector mais forte. E realça que a comissão já fez a experiência de analisar vinhos correntes (designados de mesa) que não são sujeitos a certificação e que estão à venda em supermercados concluindo que alguns são tão bons quanto os regionais, dando como exemplo casos das adegas cooperativas do Cartaxo e de Almeirim. De todos os operadores económicos, as cooperativas são as que têm taxas mais baixas de certificação. Por isso José Pinto Gaspar apela para que remetam amostras para certificação na CVRT realçando que isto não pode ser visto pelas empresas como mais um custo. E aconselhou-as a pouparem uns cêntimos nas rolhas e nos rótulos para pagarem os selos certificadores.

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