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Plataforma logística perdeu importância com deslocalização do aeroporto

Deputados do Bloco de esquerda questionam viabilidade da obra

Os deputados do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã e Helena Pinto, consideram que com a deslocalização do aeroporto a construção da plataforma logística da Castanheira do Ribatejo deixa de fazer sentido.

A grande plataforma logística que irá nascer na Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, poderá não ter a viabilidade económica que era esperada e poderá até nem conseguir suportar o investimento inicial de 370 milhões de euros. Tudo porque assentava numa estratégia que tinha como pedra basilar o novo aeroporto da Ota, entretanto deslocalizado para Alcochete. Sem aeroporto, a plataforma logística poderá ser um “buraco financeiro”. Esta é a opinião dos deputados Helena Pinto e Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, que na sexta-feira visitaram o local com a comissão de moradores da Vala do Carregado. O espaço pretende ser um dos maiores pólos económicos do concelho de Vila Franca de Xira e estima-se que poderá criar 7 000 postos de trabalho directos e 18000 indirectos. O tempo de execução do projecto da plataforma logística é de três anos.“Esta grande operação foi constituída como acessória em relação ao aeroporto da Ota e depende de uma estratégia que tinha o aeroporto como centro económico de distribuição de mercadorias e infraestruturas. Desde a decisão de transferência do aeroporto para a margem sul esta operação é economicamente duvidosa. Não podemos correr o risco das obras serem desorganizadas e desengonçadas, sem planeamento”, acusou Louçã. Também Helena Pinto defendeu que a área de logística poderá não ter a operacionalidade prevista inicialmente, sobretudo do ponto de vista económico. “Sem aeroporto esta área é um tiro no escuro”, desabafou Francisco Louçã na caravana que percorreu o local. “Foi uma obra inaugurada ainda antes de estar pronta”, rematou o deputado, enquanto se dizia “abismado” com a quantidade de terra que está a ser colocada no local para elevar o nível do solo (cerca de 800 camiões carregados de terra por dia). A deputada Helena Pinto argumentou ainda a necessidade de ponderação na criação deste tipo de projectos.Os dois deputados bloquistas mostraram-se ainda sensibilizados com a “excessiva atenção” dada à vertente económica e defenderam que as câmaras municipais devem também “criar condições de qualidade” para a população residente no local, nomeadamente na Vala do Carregado. A população da Vala, que será uma das que irá conviver de perto com a nova plataforma logística, não parece aprovar o projecto. “Vai ser bom para muita gente encher os bolsos para nós não vai ser de certeza”, acusa Hermínio Cruz, morador. Ao seu lado o companheiro do jogo de copas, Marco Silva, vai mais longe: “Sem aeroporto vai ficar tudo na mesma porque já existe o parque industrial da Azambuja, que tem auto-estrada logo ao lado”. A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira reagiu às criticas defendendo que a opção de localização na Castanheira do Ribatejo “sempre teve por base factores independentes à localização do novo aeroporto de Lisboa” e que “o factor primordial de selecção foi a sua localização estratégica”.

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