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O clã dos homens de carros cor de “champanhe”

O clã dos homens de carros cor de “champanhe”

Chamam-lhe o alentejano, mas o nome verdadeiro é José Joaquim Afonso. Tem 70 anos. Veio aos vinte anos para os arredores da capital dar serventia a pedreiros. Depois trabalhou na Cimento Tejo, em Alhandra. Foi camionista durante uma vida, mas cansou-se das viagens de longo curso entre o Norte e o Sul do país. “Não tinha raça de pombo-correio”, assegura entre duas gargalhadas. Os tempos eram outros e os volantes dos camiões pesados rodavam à força de braços e encontrar um local para pernoitar era tarefa quase impossível no país profundo. Agora prefere andar nos táxis. O negócio não corre de feição, como atestam os carros estacionados frente à estação de comboios de Vila Franca de Xira, cidade onde reside, mas serve para distrair quem se habitou a trabalhar toda a vida. No clã de homens de se juntam no local, apoiados em carros cor de “champanhe”, fala-se de um pouco. De aventuras e desventuras. Tudo - menos de política. Gonçalo Nuno, 30 anos, está há mais de 12 anos na profissão. Todos os dias deixa uma aldeia no concelho de Alenquer para rumar à estação ferroviária. Nunca irá esquecer o dia em que levou à borla para o Norte um doente que tinha acabado de sair do hospital. Acreditou na boa fé do homem, ainda combalido, e ficou com a radiografia onde tinham os seus dados, mas o cliente, soube depois, tinha cadastro e não mais voltou a reclamar o exame médico. Ana Santiago
O clã dos homens de carros cor de “champanhe”

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