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Carlos Gorgulho

Carlos Gorgulho

44 anos, Enfermeiro, Tomar

Nasceu em Tomar a 17 de Junho de 1964. Formou-se em enfermagem, tal como a esposa Margarida Carmo, que apesar de voluntária é o seu braço direito na gestão da Quinta da Fonte, uma aprazível casa de repouso para a terceira idade no lugar de Carrazede, Paialvo, Tomar. Prestar cuidados com o máximo de conforto, humanização e respeito é um lema que segue com rigor.

Escolhi ser enfermeiro por influência familiar. Mas só me decidi pelo curso no 12.º ano. Tirei o curso na Escola de Enfermagem em Coimbra. Foi lá que conheci a minha esposa. Eu era finalista, ela caloira. Ela já pensava na área da saúde desde pequena.Já estamos casados há 20 anos. Temos duas filhas que também gostam da área da saúde. A “Quinta da Fonte” enquanto casa de repouso para idosos existe há 14 anos. Foram os antigos proprietários que planearam e estruturaram todo este espaço. A vida deles girou à volta da sua legalização. Inicialmente foi pensada para turismo de habitação rural mas depois, tendo em conta as necessidades da população, acabaram por optar por transformar o espaço em casa de repouso. Em 1994 foi atribuído o primeiro alvará. Estivemos emigrados na Suíça durante cinco anos e meio. As nossas filhas nasceram em Genéve mas queríamos que elas fizessem o seu percurso em Portugal. Dois anos depois de regressarmos, em 1997, viemos falar com os proprietários deste espaço no sentido de saber se necessitavam de enfermeiros para cuidados de enfermagem. Foi nessa altura que ficámos ligados a esta casa, mas apenas enquanto responsáveis pelos cuidados de enfermagem. A 1 de Fevereiro de 2008 constituímos a empresa Margorgulho, Lda e assumimos a gestão da Quinta da Fonte. Sou o director técnico.Tirei uma licença sem vencimento para me dedicar a tempo inteiro a este projecto. A decisão de assumir a gestão desta casa deu-se porque os proprietários iam abandonar as suas funções devido à sua idade e os filhos não queriam continuar com o negócio. A minha esposa mantém as suas funções de enfermeira no Hospital de Tomar e está aqui apenas como voluntária. Não sabemos o futuro. Gosto do risco mas acho que tem que ser calculado.Penso que a nossa mais valia é o ambiente familiar que proporcionamos aos utentes. Temos um alvará para 31 utentes mas estamos a tentar obter licença para 39 camas. Há uma grande carência na comunidade nesta área, embora se note uma diminuição na procura neste último ano. Pensamos que está relacionada com a crise económica. Considero que temos condições acima da média. Somos uma equipa de 20 colaboradores, entre auxiliares de lar, um médico, um enfermeiro, um animador sócio-cultural e um director técnico. Definimos uma missão e mudámos certas práticas no sentido da humanização dos cuidados. Os familiares podem visitar os utentes a qualquer hora do dia, desde que tal não prejudique os utentes. Não temos um horário de visita. Já organizamos actividades com os utentes e a presença da família é sempre bem-vinda. É importante que as pessoas não se sintam fechadas numa casa. Prestar cuidados com o máximo de conforto, humanização e respeito é o lema do meu negócio. Todos merecem respeito até ao final da vida. Queremos que todos se sintam aqui bem, quer os utentes, quer os colaboradores. Penso que o facto de eu ser enfermeiro é uma mais valia na gestão desta casa. Há situações que podem ser despistadas aqui mesmo sem recorrer ao hospital onde estão mais expostos a bactérias. Normalmente tiro dois períodos de férias por ano mas mesmo assim estou sempre contactável. Este tipo de actividade exige uma disponibilidade total para prestarmos os cuidados com a qualidade que pretendíamos. Estou aqui todos os dias entre as 9h00 e as 18h00 mesmo ao fim-de-semana. É fácil conciliar esta actividade com a parte familiar. Acabo por estar mais tempo em casa do que antigamente quando trabalhava por turnos. Elsa Ribeiro Gonçalves
Carlos Gorgulho

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