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Clubes de Vila Franca sofrem cortes nas verbas para manter instalações desportivas

Clubes de Vila Franca sofrem cortes nas verbas para manter instalações desportivas

Programa de Apoio ao Movimento Associativo com menos 40 mil euros

Câmara de Vila Franca de Xira corta no apoio às colectividades e clubes do concelho são os mais afectados. Dirigentes fazem contas para cumprir obrigações assumidas no início do ano.

Os clubes do concelho de Vila Franca de Xira vão ter de fazer contas à vida para manter as suas instalações desportivas. A câmara municipal aprovou esta semana cortes na ordem dos 20 por cento nas verbas para o desporto, cabendo menos um terço para a manutenção de instalações, prevista no Programa de Apoio ao Movimento Associativo (PAMA). A redução é de cerca de 40 mil euros em todo o concelho.Entre os clubes mais penalizados está o Futebol Clube de Alverca, que perde cerca de oito mil euros de financiamento, face aos 44950 que foram entregues pela autarquia em 2008. António Manuel Fernandes, presidente do clube, considera que as reduções “tornam mais difícil a restruturação pela qual o clube está a passar”. A solução, diz, é cortar “em todas as despesas que não tenham a ver com a prática do desporto amador”, medida que poderá afectar as equipas séniores do clube. As quotas para os atletas, garante vão descer para metade. “Querem estrangular as instituições que prestam serviços à população. Então deviam cortar as verbas a 100 por cento para acabar com a mentira de que as câmara apoiam as instituições de utilidade pública!”, aponta o dirigente. No caso do Alverca, a manutenção de instalações inclui um complexo desportivo que já foi cotado entre os melhores do país. Na Póvoa de Santa Iria, a situação não é melhor. “Só para pagar à pessoa responsável por tratar do relvado são 750 euros mensais”, conta José Carlos Araújo, presidente da direcção do União Atlético Povoense. A verba para a manutenção do relvado é de 7500 euros, o dobro do relvado natural dos Alverquenses, mas metade do recebido no ano passado pelo clube, como constatou O MIRANTE ao consultar o PAMA. Mas o clube da Póvoa sofre uma quebra de quase metade nos apoios, passando de 24 850 euros em 2008, para 15200 em 2009. “Na era Daniel Branco, (antigo presidente de câmara da CDU), os apoios eram muito pequenos; com a actual presidente cresceram muito, mas têm vindo a sofrer cortes todos os anos na ordem dos 20 por cento”, conta. A pista de atletismo, que chegou a receber mais de três mil euros para apoios, deixou de figurar no PAM. O atletismo do clube, em que compete um dos actuais campeões nacionais das camadas juvenis, vai receber pouco mais de 500 euros. “Se no caso do futebol, as pessoas inscrevem os filhos à espera que dali saia um “Figo”, já no atletismo não estão dispostas a contribuir com grandes sacrifícios”, sublinha. O Grupo Desportivo de Vialonga, também a sul, foi outros dos clubes com cerca de 25 por cento de cortes nas verbas. O pavilhão desportivo, utilizado ao longo do dia pelas crianças do Agrupamento de Escolas de Vialonga, recebe pouco mais de 10 mil euros para manutenção, dois terços do ano passado. A equipa de futebol, campeã da sua série e que se prepara para, com a promoção, ser a mais cotada do concelho, vale 4150 euros de apoio, menos 800 que em 2008. O União Desportiva Vilafranquense e o Alhandra Sporting Club estão entre as equipas aparentemente menos penalizadas. Para os vilafranquenses, no entanto, os mais de 43 mil euros a receber ficarão reduzidos a metade, por via da penhora que recai sobre os bens do clube, imposta pelo fisco e pela Segurança Social. “Não temos medidas milagrosas para fazer frente a isto. Já estamos habituados às dificuldades agora levámos mais um golpezito”, nota Joaquim Pedrosa, presidente do clube. para Rui Macieira, presidente adjunto do Alhandra, as contas incluem menos três mil euros. “ A nossa ginástica financeira vai ser feita em prol da formação. Uma das áreas a reduzir é a da conservação das instalações. Não podemos é cortar no apoio aos jovens”, garante. Entre as críticas comuns à maioria dos dirigentes ouvidos por O MIRANTE está a crítica às datas para atribuição dos apoios, já depois de cada um dos clubes ter assumido, em janeiros, os seus compromissos desportivos e financeiros. O Juventude da Castanheira, no entanto, parece ser uma das excepções. Mário Nuno Duarte, presidente da direcção, nota que o orçamento para a área desportiva é elaborado entre maio e Junho, e que neste caso, “terá já em conta as verbas estabelecidas no âmbito dos protocolos, com as câmaras municipais”. O dirigente recorda o percurso de oito anos do clube, no que respeita a instalações desportivas. “Passámos de um ginásio velho e um balneário velho, com campo pelado, a novas bancadas, balneários, dois campos de futebol sete, um deles sintético e um campo de futebol 11 sintético, além do pavilhão, inaugurado na última semana. Em termos de peso as instalações não representam uma dificuldade acrescida, preferimos que nos apoiem aos nível dos projectos de formação desportiva, para darmos melhores condições a dirigentes e atletas”, conclui.Alverca quer sócios solidários O Futebol Clube de Alverca apela a que os sócios contribuam para a manutenção das instalações do clube. Para ajudar, basta frequentar o ginásio da instituição. António Manuel Fernandes, presidente do clube, faz um “apelo à participação da sociedade civil” em apoio ao clube. “Se as pessoas frequentam ginásios caríssimos, e nesta altura até pagam menos IVA, porque não contribuem para a manutenção das instalções do seu clube”, utilizando-os.
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