José Cid elogia alargamento de direitos de autor de 50 para 70 anos
“Temos que beneficiar da nossa criatividade, o sonho tem que ser pago”, defende o músico ribatejano
O músico José Cid elogiou a decisão de Portugal apoiar o alargamento dos direitos conexos dos artistas do 50 para 70 anos, defendida numa proposta comunitária. No dia em que foi distinguido com o Prémio Consagração de Carreira pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), o músico ribatejano defendeu que os artistas têm que beneficiar pela criatividade enquanto autores.“Finalmente o ministro da Cultura teve uma atitude boa”, referiu José Cid, sugerindo que o alargamento devia ser superior a 70 anos, porque os direitos de autor são inalienáveis. “Deviam ter passado para 170. Temos que beneficiar da nossa criatividade, o sonho tem que ser pago, porque muitas vezes é punido. É sempre uma compensação”, sublinhou o músico.Quanto ao prémio de carreira atribuído pela SPA, José Cid afirmou estar “felicíssimo”, porque “no fundo é também uma homenagem a dez músicos que antes dos anos 1970 e depois dos 1970 se bateram por uma causa”. “Portugal, no final dos 1960 e no princípio de 1970, foi seguramente um dos cinco países com a melhor música que se fez no mundo inteiro e isso não foi percebido”, lamentou o cantor português natural e residente na Chamusca.Cáustico, como foi há mais de dez anos quando se despiu em protesto contra as “playlists”, José Cid voltou a criticar as rádios portuguesas por “passarem repetitivamente as mesmas coisas”. “Eu não sou a favor das `playlists´, sou a favor dos radialistas que tenham ideias, que tenham liberdade de escolherem aquilo que querem”, criticou o músico.“As rádios ditatoriais podem esgotar-se por falta de ouvintes, porque as pessoas podem hoje fazer zapping. Hoje os grandes canais de televisão são os zappings. Ninguém se liga num programa de seca”, alertou José Cid.
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