O executivo da Câmara de Santarém decidiu por unanimidade, em reunião extraordinária realizada no dia 3 de Junho, atribuir a Medalha de Ouro da Cidade ao Presidente da República Aníbal Cavaco Silva. A proposta partiu do presidente da câmara, Francisco Moita Flores (PSD), e não estava bem explícita na ordem de trabalhos da reunião, que foi marcada com escassas horas de antecedência. Essa situação levou a que alguns vereadores não pudessem participar nos trabalhos, como a independente Luísa Mesquita, a socialista Henriqueta Carolo e os social-democratas Vânia Neto e Ricardo Gonçalves. Estes dois últimos alegaram razões de saúde para não estarem presentes. Luísa Mesquita não compareceu devido ao prolongamento de uma reunião na Assembleia da República. E Henriqueta Carolo diz não ter tido conhecimento da reunião em tempo útil.A decisão acabou por ser tomada por apenas cinco dos nove elementos do executivo, com o pormenor curioso de o PS ter estado em maioria, pois tinha três vereadores presentes (Rui Barreiro, Manuel Afonso e Luís Batista) e o PSD apenas o presidente Moita Flores e o vereador António Valente. A reunião decorreu à porta fechada e sem informação prévia à comunicação social, o que também não é habitual. O presidente da Câmara de Santarém justifica a entrega desse galardão a Cavaco Silva como forma de reconhecimento do município pela escolha da cidade para sede das comemorações nacionais do 10 de Junho. A entrega da mais alta distinção da cidade ao Chefe de Estado efectua-se no dia 9 de Junho, pelas 11h00, nos Paços do Concelho, durante a sessão solene de boas vindas a Cavaco Silva. Esta é a primeira vez que a Medalha de Ouro da Cidade é atribuída a um Presidente da República democraticamente eleito.Apesar de o comunicado emitido pelo gabinete de relações públicas da Câmara de Santarém não o mencionar, O MIRANTE apurou que nessa mesma reunião ficou decidido atribuir o mais alto galardão do município ao primeiro-ministro José Sócrates, caso cheguem a bom termo as negociações entre a autarquia e o Governo para cedência à câmara do Convento de São Francisco, actualmente tutelado pelo Estado.