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O enfermeiro que trocou de profissão quando descobriu a acupunctura

O enfermeiro que trocou de profissão quando descobriu a acupunctura

Faustino Santos interessou-se pelas medicinas orientais há duas décadas

O primeiro passo da acupunctura é fazer o diagnóstico da situação de cada doente através da medicina chinesa.

No consultório de Faustino Santos o ambiente é calmo, próprio da serenidade que o acupunctor transmite. Uma marquesa, uma secretária e um quadro com a indicação de todos os pontos de acupunctura existentes no corpo humano compõem o espaço. A música tradicional chinesa que ecoa na pequena aparelhagem sugere a ondulação calma do mar. O objectivo é só um: relaxar enquanto cada paciente trata das suas mazelas.Após três décadas a trabalhar como enfermeiro no Hospital de Santarém e em vários Centros de Saúde do distrito de Santarém, Faustino Santos decidiu mudar de profissão e especializou-se na sua nova paixão e pela qual largou uma profissão que adorava: a acupunctura, área onde trabalha há uma década. Há cerca de seis anos começou a trabalhar também na área da hipnoterapia. A paixão pela acupunctura surgiu por influência do pai que viajou muito pelo Oriente e lhe falou de medicinas desconhecidas no Ocidente, nomeadamente em Portugal.Dez anos antes de se iniciar e formar em acupunctura, o médico dedicava-se a organizar congressos de medicinas alternativas no nosso país. “Não comecei logo a trabalhar nem a estudar para começar a trabalhar. O primeiro interesse desenvolvi-o através da divulgação das medicinas tradicionais chinesas que achava fascinantes, mas que eram totalmente desconhecidas em Portugal”, explica Faustino Santos.Depois de ter tirado o curso superior de acupunctura, curso de electroacupunctura, começou a exercer esta medicina na rua Pedro de Santarém onde está situado o seu consultório. Faustino Santos confessa a O MIRANTE que, ao início, metia confusão às pessoas a prática de uma medicina tão diferente daquela que eles conheciam. “Muitos diziam, alguns talvez ainda pensem, que os acupunctores são bruxos”, conta com sorriso no rosto. Apesar das desconfianças, o acupunctor nunca se queixou por falta de pacientes.O primeiro passo da acupunctura é fazer o diagnóstico da situação de cada doente através da medicina chinesa. Depois estabelece-se o plano de tratamento mais adequado onde são utilizados os pontos de acupunctura e aconselhadas plantas de medicina chinesa que ajudam na recuperação do paciente. “A acupunctura é uma disciplina da medicina chinesa cujos registos datam de há cerca de quatro mil anos e que consiste na inserção de agulhas nos mais de 300 pontos de acupunctura existentes no corpo humano. As agulhas servem para equilibrar a energia do nosso corpo através dos meridianos, que são os trajectos por onde circula a acupunctura. As plantas servem para tonificar energeticamente os vários órgãos do corpo humano”, explica.Segundo Faustino Santos, a acupunctura vai provocar um enorme aumento de neurotransmissores – moléculas envolvidas na comunicação entre as células do cérebro – no corpo humano. Os neurotransmissores vão actuar em toda a parte neurológica transmitindo conforto ao paciente diminuindo a sua dor. O médico dá o exemplo do neurotransmissor serotonina. “Quando um paciente apresenta um quadro médico depressivo a serotonina apresenta níveis baixos no ser humano. E, actualmente, ainda não existem medicamentos para este neurotransmissor. A acupuncutra vai aumentar brutalmente os níveis de serotonina e, consequentemente, vai provocar um bem-estar na pessoa”, explica.Há aproximadamente seis anos, Faustino Santos dedicou-se também à hipnoterapia. O médico considera que a hipnoterapia é uma boa ferramenta na acupunctura. O hipnoterapeuta explica que o estado de hipnose facilita a terapia e o relaxamento pronunciado do corpo é semelhante àquele que experimentamos durante o sono. “A mente fica alerta e tranquila com total controlo sobre o processo. Além disso, os pacientes recordam-se de tudo o que se passou na sessão de hipnoterapia clínica”, diz.A hipnoterapia clínica é utilizada em problemas de stress, ansiedade, insónias, depressão, fobias, anorexia, bulímia, dependências de drogas, álcool, jogo ou sexo, entre outros. Os bons resultados obtidos na sua actividade profissional são sempre reconhecidos pelos pacientes que assim que ficam bons oferecem comida ou produtos que cultivam nas suas terras.Faustino Santos fundou um projecto social de apoio aos mais carenciados com o apoio da Câmara Municipal de Santarém e de cinco juntas de freguesia. Após a avaliação das condições de acesso às consultas, os mais carenciados dispõem de consultas de acupunctura e hipnoterapia grátis. Os atendimentos são feitos todos os sábados de manhã nas ruas Luís de Camões e Serpa Pinto.
O enfermeiro que trocou de profissão quando descobriu a acupunctura

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