Investigação sobre a Máfia Italiana e Frank Capra resulta em romance
Francisco Moita Flores lança “O Sangue da Honra” em Lisboa, um livro em parceria com António Sousa Duarte
A investigação jornalística de António Sousa Duarte sobre a Máfia italiana e Frank Capra fascinou de tal maneira Francisco Moita Flores que este pediu ao antigo jornalista para pegar no material que tinha recolhido e transformá-lo num romance. A amizade de muitos anos e confiança no trabalho do escritor levou a que Sousa Duarte não recusasse o desafio. O resultado é o livro “O Sangue da Honra” apresentado na tarde de terça-feira, 16 de Junho, no auditório do El Corte Inglês, em Lisboa.“Peguei neste trabalho pela sedução das coisas virgens. Quando encontramos aquilo que nos fascina e que é tão comum tanto em Itália como em Portugal, que é o facto de percebermos o fundamento ético de onde emergem os valores essenciais do bem e do mal”, explicou Francisco Moita Flores, confessando que levou dois anos a escrever este livro quando, normalmente, demora cerca de oito meses a fazê-lo.Sob a chancela da Sextante Editora, esta é a primeira obra do escritor a ter uma edição italiana lançada em simultâneo nos dois países, embora em Itália o título seja diferente: “Frank Capra” non era un mafioso”. “Este é um romance entusiasmante escrito por um Francisco sobre uma investigação e descoberta de um António que só podia acontecer em Portugal. O livro é vertiginoso, emocionante e cheio de surpresas, história, sentimento e humanidade”, disse o director editorial da Sextante Editora, João Rodrigues. “O Sangue da Honra” foi apresentado pelo director nacional da Polícia Judiciária (PJ), grande amigo do autor. Almeida Rodrigues afirma que nesta obra, tal como nas outras de Francisco Moita Flores, transparece toda a escola e cultura organizacional da PJ. Os colegas do antigo criminologista sempre souberam que o destino de Moita Flores era tornar-se escritor. “Na altura em que trabalhamos em conjunto todos sabíamos que o apelo das letras iria fazer com que perdêssemos o Moita Flores. Mas sabíamos também que o crachá da PJ lhe ia ficar gravado na alma, e essa maldição cumpriu-se”, disse, provocando a boa disposição na centena e meia de pessoas que enchiam o auditório do El Corte Inglês. “O Sangue da Honra” conta uma história de polícias e mafiosos. Moita Flores foi atrás da história da família do senhor Salvatore Capra, pai do grande realizador de cinema Frank Capra, e Vito Cascio-Ferro, um dos grandes mafiosos da época, que enriqueciam com o contrabando de mercadorias para a América.O novo romance do actual presidente da Câmara Municipal de Santarém nasceu a partir de um ensaio escrito por Sousa Duarte sobre o facto de Frank Capra e Vito Cascio-Ferro serem naturais de Bisacquino, na Sicília. Um ensaio que revela como na mesma terra nasceram duas figuras tão importantes para a América. Para o bem e para o mal.Joe Petrosino, chefe de uma brigada de polícia de Nova Iorque, é o herói do romance. É ele que personifica a ideia que o autor desenvolveu para criar esta história feliz da família Capra, emigrantes bem sucedidos. Uma história ao mesmo tempo dramática, principalmente para Joe Petrosino e alguns dos seus agentes que acabaram mortos às mãos da máfia siciliana. Heróis que trocavam a vida em família pela defesa da vida, da honra e da dignidade das famílias dos outros. Mike Pinderello é o personagem que Moita Flores inventou e escolheu para conduzir a história deste livro. Um detective que a meio da vida deixou de investigar os crimes da Máfia e, zangado com o mundo dos bandidos, resolve começar a percorrer os Estados Unidos vendendo a sua arte de fotógrafo e encharcando-se na bebida e nas tristes recordações da sua vida de polícia.
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