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Cavaco Silva merecia “outra” unanimidade

Sua Excelência, o Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva recebeu a Medalha de Ouro da Cidade de Santarém. Foi uma distinção da mais simples, quão nobre e indiscutível, justiça.O Chefe de Estado, ao escolher a capital escalabitana para sede das comemorações do Dia de Portugal, recolocou Santarém no mapa nacional, projectou a cidade para os noticiários nacionais e internacionais e dinamizou um conjunto de vontades convergentes com a ideia de que é necessário recuperar e requalificar alguns espaços essenciais da cidade, desde logo o Convento de S. Francisco.Além disso, esta escolha do Presidente da República transmitiu aos escalabitanos a sensação de que, finalmente, alguém reconhecia a injustiça de um esquecimento absurdo das entidades nacionais, em relação à capital do Ribatejo. Nunca antes, pelas mais variadas e, algumas vezes, inexplicáveis razões, a cidade merecera tal distinção.Por tudo isso, Cavaco Silva mereceu o galardão máximo da cidade. Foi por unanimidade, eu sei. Mas o Chefe de Estado merecia “outra” unanimidade.Cavaco Silva merecia a unanimidade que resultasse de uma reunião do Executivo Camarário marcada a tempo e horas, de portas escancaradas, com a apreciação da referida atribuição explicitada, inequivocamente, na Ordem de Trabalhos, com informação prévia à Comunicação Social, com a presença de todos os elementos daquele Órgão Camarário e, sobretudo, com a liderança de um presidente autárquico que tivesse a habilidade para, singelamente, explicar a todos os presentes, o inatacável merecimento da atribuição do galardão ao mais alto Magistrado da Nação. O galardoado merecia a mobilização de todo o elenco executivo e, aí sim, seria magnífico observar uma verdadeira unanimidade!Ao invés, a unanimidade noticiada na Comunicação Social equivale à opinião de 5 dos 9 elementos do Executivo da Câmara e, ainda por cima, fica a ideia de que foi uma reacção atabalhoada à notícia de que o próprio presidente da autarquia iria ser distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique. Para além disso, fica a sensação de que “aquela unanimidade”, já de si diminuída, resulta da promessa feita aos três socialistas presentes de que, mais tarde, também o Primeiro-Ministro virá a ser agraciado com o mesmo galardão.Como diria o humorista: não havia necessidade! Dado que o motivo invocado pelo autor da proposta para atribuição da Medalha de Ouro foi a “forma de reconhecimento do município pela escolha da cidade para sede das comemorações nacionais do 10 de Junho” e dada a antecedência com que se soube dessa escolha, existiu todo o tempo do mundo para planear, discutir e decidir. Pelo bem que fez ao ego escalabitano e à revitalização da cidade, Cavaco Silva merecia essa “outra” unanimidade!   Francisco Gonçalves

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