Câmara de Alpiarça quer criar centro de investigação na Casa dos Patudos
Apresentado projecto de recuperação e beneficiação do emblemático espaço
As obras no espaço legado por José Relvas devem começar para a semana e a primeira fase deve durar dez meses.
As obras de recuperação e beneficiação da Casa Museu José Relvas em Alpiarça vão custar cerca de 2,5 milhões de euros e devem começar na próxima semana. A construção de uma cafetaria de modo a criar uma área de estadia e convívio para os visitantes, uma loja e a criação de um novo centro de documentação e investigação José Relvas são a grande novidade deste projecto. A informação foi dada pela presidente do município, Vanda Nunes (PS), durante a cerimónia de apresentação do projecto que se realizou na tarde de terça-feira, 7 de Julho, no auditório da Casa Museu José Relvas, também conhecida por Casa dos Patudos.O investimento resulta de uma candidatura a fundos comunitários através do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), aprovada pelo Programa Operacional do Alentejo, estando já adjudicada a primeira fase da obra. A intervenção vai decorrer em duas fases. O prazo previsto para conclusão da primeira empreitada é de dez meses. A segunda fase, contemplando os arranjos exteriores, nomeadamente os jardins, muros que ameaçam ruir, tanques, cisternas, escadas e a recuperação de algumas casas velhas junto à Casa dos Patudos, começa assim que terminar a primeira fase da obra.Na cerimónia de terça-feira estiveram presentes o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão, a secretária de Estado da Cultura, Paula Fernandes dos Santos, assim como o governador civil de Santarém, Botas Castanho e a presidente da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Alentejo, Maria Leal Monteiro. Jorge Lacão sugeriu a criação de uma fundação para gerir a Casa dos Patudos realçando, no entanto, que essa decisão tem que partir da autarquia. O professor e membro da Comissão das Comemorações Centenárias da República Portuguesa, João Bonifácio Serra, referiu que esta obra vem no momento certo, quando se está prestes a comemorar o centenário da República, proclamada por José Relvas a 5 de Outubro de 1910. “O início destas obras é como que uma homenagem a um homem que foi decisivo na implantação dessa República”, afirmou.João Serra salientou ainda a importância de, no futuro, tornar a estrutura de funcionamento da Casa Museu menos frágil. “É fundamental dar condições de dinamismo e solidez, interligando a gestão do município com outras instituições num conceito de gestão cultural que promova a relação com outros museus da região, como a Casa Museu Braamcamp Freire, em Santarém, ou a Casa Estúdio Carlos Relvas, na Golegã”, explicou.Vanda Nunes demonstrou o seu orgulho por todo o trabalho de divulgação do legado de José Relvas ter tornado a Casa Museu dos Patudos numa referência para todas as pessoas que se interessam pela cultura de Portugal. “A cultura é uma fonte de riqueza e felizmente o nosso país é muito rico nesta matéria. É muito importante preservar a nossa história, aquela que nos diferencia dos outros povos. É com grande prazer que vejo as obras começarem no final do meu mandato autárquico”, disse.A cerimónia terminou com uma visita guiada à Casa Museu José Relvas – construída em 1902 - com as explicações do professor Fernando António Batista Pereira, um apaixonado pela vida e história de um homem que foi governante, agricultor, coleccionador de arte e dirigente associativo.
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