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Inebriante Manuel Serra d’Aire

O novel deputado António Campos (PSD) levou algumas jovens promessas da tauromaquia à Assembleia da República para ouvir o debate do estado da Nação na mesma sessão em que o ministro da Economia Manuel Pinho se pôs a imitar um toiro e acabou por sair da arena política pela porta pequena sem direito a volta de honra. À primeira vista pode parecer coincidência, mas nada me tira da cabeça que uma coisa está relacionada com a outra e tudo resulta de um plano bem congeminado pelo discreto António Campos. Os analistas e observadores bem podem dizer que o ministro estava a investir contra o deputado Bernardino Soares. Mas quem pesca alguma coisa de tauromaquia sabe que Manuel Pinho não perderia tempo com o comunista tendo ali à mão novilheiros e forcados. Quando é para se brincar aos toiros, quanto mais realista for a coisa melhor. Parabéns pois ao António Campos por ter ajudado a despachar o Manuel Pinho e também por fazer prova de vida da sua actividade de deputado. No meio disto tudo só espero que os jovens toureiros se encontrem bem após a refrega na arena da Assembleia da República. Porque é preciso coragem para enfrentar feras daquele calibre.E por falar em Assembleia da República gostei de ver no domingo a nossa deputada Sónia Sanfona na televisão a insurgir-se contra a direcção nacional do PS por impedir que os candidatos às autárquicas possam também ser candidatos a deputado à Assembleia da República. É realmente uma maldade que não se faz. A jovem política tem razão quando se queixa de terem mudado as regras a meio do jogo. Se ela soubesse o que sabe hoje, se calhar ficaria quietinha e deixaria a corrida autárquica para a sua camarada Vanda Nunes que, coitada, pouco tempo após ter chegado a presidente da câmara ficou a saber que o partido já não contava com ela para o cargo. Como eu compreendo Sónia Sanfona. Quem se habitua à movida lisboeta, aos bastidores dos Passos Perdidos, às maratonas da comissão de inquérito ao BPN deve ter tudo menos pachorra para voltar à pasmaceira ribatejana e ter de enfrentar problemas tão comezinhos como os esgotos a céu aberto, a poluição na vala ou os buracos nas estradas. Saiu-lhe um presente envenenado na rifa, foi o que foi.Irrequieto Manel, há quem vá ao Colete Encarnado para ver os toiros, os cavalos e os campinos, símbolos das tradições ribatejanas. Mas também já há muita gente que se desloca a Vila Franca de Xira porque sabe que é difícil encontrar por cá melhores sessões de boxe e de wrestling ao vivo. No Colete Encarnado é porrada de criar bicho ao preço da uva mijona. Andar por aquelas tertúlias a partir do sol posto é uma actividade mais radical que andar a desafiar os toiros nas largadas. Ora ali está um exemplo de como as tradições se podem renovar sem ferir o espírito e a essência da festa, cujo nome devia mudar de Colete Encarnado para Festa do Olho Negro ou das Trombas Partidas…Um bacalhau na brasa do Serafim das Neves

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